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Bloc Party vai do eletrônico ao dark
Banda inglesa que fez playback no VMB anteontem volta ao Brasil para show em festival com novo disco "Intimacy"
Com letras mais tensas que as de outros grupos britânicos, o vocalista Kele Okereke diz que o Bloc Party buscou "som mais orgânico" em seu terceiro CD
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
O Bloc Party "quase" fez sua
primeira apresentação no Brasil anteontem à noite. "Quase"
porque a banda inglesa fez
playback durante mini-show
no VMB, a premiação anual da
MTV Brasil (leia texto nesta
página), em São Paulo.
Se ainda não é uma banda
mundialmente famosa, o Bloc
Party já goza de certa notoriedade; tanto que a MTV Brasil
bancou trazer o grupo para o
país em esquema "bate-volta":
o quarteto desembarcou no
Brasil anteontem e foi embora
ontem.
O show completo do Bloc
Party poderá ser visto no Planeta Terra, festival que acontece em São Paulo em 8 de novembro e que terá ainda Jesus
& Mary Chain, Offspring, Kaiser Chiefs, entre outros.
Às vésperas do lançamento
físico do terceiro disco, "Intimacy", no próximo dia 21 (o
lançamento digital ocorreu em
agosto), o vocalista Kele Okereke falou à Folha sobre a correria das viagens e a relativa popularidade, que o faz ser perseguido nas ruas de Chicago (cena presenciada pela reportagem da Folha, em agosto):
"Não me importo com isso
[viajar para o Brasil e ficar menos de dois dias no país]. Estamos no terceiro disco, sabemos
como as coisas funcionam, que
devemos promover os álbuns."
"Sobre ser reconhecido na
rua, há algumas situações chatas. Mas uma coisa é quando
você está num show e as pessoas querem falar com você,
pegar autógrafos. No Reino
Unido, isso não acontece tanto.
Pelo menos não tanto quanto
com Liam Gallagher", conta.
"Lembro de quando estávamos gravando nosso disco, em
Primrose Hill [na região norte
de Londres]. Saímos para almoçar e Liam estava passando
pela rua. Um cara num carro
parou e gritou para ele: "Dickhead" [em tradução livre, idiota, babaca]. Deve ser chato
quando as pessoas gritam "dickhead" para você na rua. Mas,
ainda bem, até hoje ninguém
me xingou de "dickhead"."
Fácil e orgânico
Com relação a "Intimacy",
Okereke diz que foi "o disco
mais fácil que já produzimos".
"Gravamos com três produtores, as músicas fluíram bem rápido, foi bem tranqüilo."
O disco tem gosto variado: de
canções que tendem à eletrônica, como o single "Mercury", a
faixas mais densas, dark, passando por canções de clima
bem roqueiro.
"Queríamos um álbum que
soasse o mais orgânico possível, como se tivéssemos tocando ao vivo", diz Okereke. "Ao
mesmo tempo, queríamos testar manipulações", afirma o baterista Matt Tong. "Que alguns
vocais soassem como samples
de vocais, que a bateria ficasse
quase mecânica."
As letras do Bloc Party vão
em direção oposta às de outras
bandas britânicas, que costumam cantar sobre garotas, sobre ir a pubs e beber até cair;
com o Bloc Party, o mundo adquire tons mais escuros, tensos.
"São como eu vejo as coisas.
Não vejo o mundo como os caras do Arctic Monkeys, por
exemplo", compara Okereke.
Apesar de não contar com
um hit imediato como "Banquet" (do primeiro disco, "Silent Alarm"), "Intimacy" deve
consolidar o Bloc Party como
uma das principais bandas do
rock britânico dos anos 2000.
MULHER DE MÚSICO NÃO ENTRA NO PAÍS
A mulher de Matt
Tong, baterista do Bloc
Party, foi barrada anteontem no aeroporto
de Cumbica, em São
Paulo, porque não tinha
visto de entrada -ela
possui passaporte norte-americano. Segundo
o músico, ela não foi autorizada a entrar no
país e teve que pegar
um avião de volta para o
Reino Unido.
PLANETA TERRA
Quando: 8 de novembro
Com: Bloc Party, Jesus & Mary Chain,
Offspring, Kaiser Chiefs, Animal Collective, Calvin Harris e outros
Onde: Villa dos Galpões (av. das Nações Unidas, 20.003; São Paulo)
Quanto: R$ 100 (segundo lote)
Censura: 18 anos
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