São Paulo, terça-feira, 04 de outubro de 2011
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Guns n' Roses faz "cover" de si mesma ROCK IN RIO Decadente, e contando apenas com Axl Rose da formação original, banda não arrisca em show Repertório teve muitas músicas de "Chinese Democracy", único disco lançado pelo grupo em 18 anos
THALES DE MENEZES ENVIADO ESPECIAL AO RIO Depois de muitos boatos de que Axl Rose nem chegaria ao Brasil, espalhados na manhã de domingo pelas redes sociais, o cantor do Guns n' Roses desembarcou no aeroporto Tom Jobim no início da tarde do último dia do festival Rock in Rio. Bem, não exatamente o último dia, já que a banda só subiu ao palco às 2h45, já madrugada de ontem, debaixo de chuva bem forte. Axl usava chapéu sobre a bandana e uma grossa capa amarela. Abriu o show com "Chinese Democracy", música que dá título ao único -e fraco-álbum que lançou nos últimos 18 anos. Dizer que o Guns está decadente hoje é pouco. Já estava em 2001, quando saiu do limbo para vir ao festival. Na época, sua vinda foi vista como uma retribuição do festival por a banda ter tocado lá em 1991, no auge da popularidade mundial do grupo. Decadente, sim, e contando só com Axl Rose da formação original, o Guns é, hoje, uma banda cover de si mesma. Tem três guitarristas que, somados, não ameaçam em técnica ou carisma a Slash, ex-membro do grupo. Mas é com essa moçada que o Guns vai à luta hoje. E eles não podem ser acusados de fazer corpo mole. O show durou 2h20, e a escolha do set list deixa claras duas intenções de Axl. Do consagrado primeiro álbum da banda, "Appetite for Destruction" (1987), de som pesado e letras agressivas contra mulheres, gays e negros, várias foram executadas. Entre elas, a balada "Sweet Child O'Mine" e as agitadas "Welcome to the Jungle" e "Paradise City". Mas o show teve muitas do último álbum, de 2008, execrado pela crítica mas favorito do vocalista -porque teve total controle das gravações, que duraram anos. Resumindo: Axl atende aos fãs que veneram o primeiro disco, mas empurra junto seu material mais recente e inferior. E mais hits de outros álbuns, claro, como "Patience" e "November Rain". Os solos dos integrantes da banda, longos e desnecessários, parecem apenas deixar o vocalista descansar. Aos 49 anos vividos no limite, Axl precisa de um respiro. O show teve ainda covers consagradas, como "Live and Let Die", de Paul McCartney, e "Knockin' on Heaven's Door", de Bob Dylan. Se o Guns já não faz diferença no cenário rock mundial, difícil será convencer os 100 mil fãs que deliraram com o banho de hard rock -e de chuva pesada- que encerrou o Rock in Rio 2011. GUNS N' ROSES AVALIAÇÃO bom Texto Anterior: Análise: Esforço para exibir os longas atesta passo rumo à maturidade Próximo Texto: Crítica/Show: System of a Down merecia ter encerrado o festival no Rio Índice | Comunicar Erros |
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