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A atriz norte-americana Jennifer Lopez, que é protagonista de "U-Turn", thriller dirigido por Oliver Stone

ELAINE GUERINI
enviada especial a Los Angeles

O cineasta Oliver Stone conseguiu desviar Jennifer Lopez da rota dos filmes insossos. Depois de trabalhar em "Selena", "Jake" e "Anaconda", a atriz de ascendência porto-riquenha interpreta a protagonista feminina de "U-Turn", um thriller permeado de sexo, assassinato e traição.
Com estréia marcada para ontem nos EUA e para 21 de novembro no Brasil, o novo filme de Stone coloca Lopez na pele de uma mulher que, após ter sido violentada na infância, vai para a cama com o próprio pai.
À procura de alguém que a leve embora, Grace McKenna (Lopez) seduz todos os homens da cidadezinha de Superior, no deserto do Arizona -incluindo o forasteiro Bobby (Sean Penn), que só se aventura no local porque precisa de um mecânico.
"À primeira vista, Grace pode parecer uma vagabunda manipuladora pelo jeito como ela joga com os homens. Mas foram eles que a corromperam", afirmou a Lopez à Folha, em Los Angeles.
A primeira atriz convidada pelo diretor para fazer o papel foi Sharon Stone -que acabou recusando a oferta por considerar o cachê baixo. "Quando Oliver falou comigo garantiu que eu sempre fui sua primeira opção. Disse que Sharon era apenas uma garantia de bilheteria para o estúdio", rebateu.
Com a entrada de Lopez no projeto, o diretor aproveitou para fazer algumas alterações no roteiro, baseado no livro "Stray Dogs", de John Ridley, dando sangue indígena à personagem.
"Esse aspecto me ajudou a compor Grace. Visitando uma reserva de índios, descobri que o corpo é algo sagrado para eles. Com isso, ficou mais fácil entender por que o abuso sexual a levou a um tipo de insanidade", disse.
Com relação ao trabalho com Oliver Stone, a atriz contou que, ao contrário do que dizem em Hollywood, ele não tem dificuldades em dirigir mulheres no set.
"Nós nos demos muito bem. Oliver trata o elenco da mesma maneira. Faz suas anotações enquanto filmamos e depois fala com cada ator separadamente. Ele nunca levantou a voz para ninguém, nem para a equipe técnica."
Com um vestido vinho curto e justo, salientando suas curvas, Lopez disse que não se importa em ser classificada em Hollywood como uma atriz latina -mesmo tendo nascido em Nova York.
"O problema é que, em função da minha aparência, a maioria dos papéis que me oferecem são latinos, e eu quero mostrar minha versatilidade. Nacionalidade é só mais um aspecto que nos torna diferentes, assim como educação."
Lopez ressalta a sensualidade do povo latino -um elemento muito bem aproveitado por Hollywood. "Não dá para evitar", brincou a atriz. "Só não quero que os diretores me vejam apenas como uma mulher sexy."
Em seu próximo filme, "Out of Sight" -em que ela contracena com George Clooney-, Lopez garante que sua personagem não explora o "jeitinho latino de ser". "Vou fazer uma agente federal que foi criada apenas pelo pai."
A atriz adiantou que a policial chega a ser um pouco masculina e que está longe de ser uma figura que transpira sexo como sua personagem em "U-Turn". "Ainda bem. Não quero mais fazer cenas de sexo tão cedo. Com o pessoal do set olhando, é constrangedor."



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