São Paulo, Quinta-feira, 04 de Novembro de 1999
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ANÁLISE
Música ligeira e bêbada

especial para a Folha

Bregovic conseguiu notoriedade fora de seu país com Kusturica e o show "Tempo de Ciganos", que viajou pela Europa à época do filme homônimo. Vivendo em Paris, mantinha uma orquestra em Sarajevo. Causou furor no Festival de Jazz de Montreux (97).
Num evento sedento por exotismo, suas idosas e patuscas cantoras e seus tocadores de tubas eram estrelas máximas.
Embora, como na Suíça, a motivação a ir ao Sesc amanhã possa ter a ver com comiseração, assistir aos ciganos de Bregovic é, perdão pelo slogan, diversão garantida. Seus músicos produzem música ligeira, têm dotes circenses e devem se apresentar bêbados.
Então tudo bem o seu desinteresse pela anexação do Kosovo, o bombardeio sobre Belgrado, a violência no Timor (Ti o quê?) e as fugas da Febem. Bregovic não projeta slides de crianças mortas. Quando muito, uma menção à morte espúria do croata Suba. Ambos eram pop stars juvenis quando aquilo tudo tinha um só nome. (PAULO VIEIRA)


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