São Paulo, segunda-feira, 04 de novembro de 2002 |
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Relatório da Art Sales Index mostra queda de 13,32% nas vendas em leilões de arte pelo mundo Quem dá menos? Lá...
DA REPORTAGEM LOCAL Um mercado de bilhões de dólares e que vive, afetado pelos distúrbios da economia mundial, um instante de declínio. Relatório divulgado no final do último mês pela Art Sales Index (ASI) mostra queda de 13,32% nas vendas em leilões de arte pelo mundo. A pesquisa feita pela agência segue o comportamento de vendedores e compradores de obras entre 1º de agosto de 2001 e 31 de julho deste ano, comparado ao período anterior. A medição compreende o número de trabalhos comercializados e os preços médios alcançados por eles. A inglesa ASI prepara pesquisas para casas de leilões e colecionadores há 34 anos, e é um dos instrumentos usados para a avaliação (valorização ou depreciação) de artistas, cobrindo 75% das operações realizadas no mercado mundial. Seus serviços são pagos, e o banco de dados da agência possui 2,5 milhões de entradas -sobre 250 mil artistas. Consultada pela Folha, a direção de comunicação da ASI, em Londres, afirma estarem as casas de leilões, assim como investidores, passando por um momento no qual acontecimentos tanto circunstanciais quanto estruturais estão afetando o setor. No primeiro caso estão os atentados aos EUA em 11 de setembro do ano passado e a desaceleração da economia norte-americana. E um outro fator foi a implantação efetiva do euro (a moeda única da União Européia), que, segundo a ASI, encareceu as obras, eliminando assim a possibilidade de compras mais baratas em razão de variações cambiais. Enquanto o euro se estabiliza, o colecionador se afasta. Na França, o recuo nos leilões (em relação ao que foi comprado) foi de 69%. Na Alemanha, -21% e, na Itália, -28%. Na última temporada, as vendas (somados os mercados nacionais) atingiram US$ 2,35 bi. No exercício precedente, US$ 2,64 bi. O número de lotes vendidos foi de 130.916. O preço médio atingido por lote, US$ 17,989. Mas os recordes continuam, e essa é a segurança das grandes casas de leilões, como Sotheby's e Christie's; é o que tem contribuído para a imagem do mercado internacional de arte. É sua face mais glamourosa. E publicitária. Se apenas uma única tela conseguir um comprador, por um preço considerado "fantástico", poderá servir para aliviar o intermediário. Na Inglaterra, a venda de uma tela de Rubens fez com que o mercado inglês tivesse queda de 3,84%, cifra pequena, se comparada a de seus vizinhos europeus. "No período coberto pela ASI, conseguimos vendas notáveis (US$ 414 mi) e quebramos um significativo número de recordes", fala Margaret Doyle, gerente da Christie's em Nova York. Em entrevista à Folha, por telefone, ela afirma que este tem sido um ano muito melhor que o anterior. A razão: 91 trabalhos vendidos ultrapassaram a marca de US$ 1 mi. Mas paira a dúvida se haverá compradores dispostos a pagar milhões neste mês, quando Christie's e Sotheby's realizam as vendas de outono nos EUA. Para a imprensa americana, os vendedores estão nervosos, e ninguém sabe o próximo passo para o mercado de arte em novembro. A hora é de dúvida. O momento, de stress. (MARCELO REZENDE) Texto Anterior: Programação de TV Próximo Texto: ...e cá Índice |
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