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Falta de inspiração marca lançamentos do grupo Yes
MARCELO MOREIRA
da Agência Folha
Mais um dinossauro ressuscita
depois de quase três anos praticamente submerso. O Yes, um dos
maiores ícones do sepultado rock
progressivo, faz neste mês dois
lançamentos para lembrar ao
mundo que ainda continua por aí.
São eles "Keys to Ascension 2" e
"Open Your Eyes".
No ano passado, a banda lançou
"Keys to Ascension", CD duplo
que reunia gravações ao vivo de
uma apresentação para convidados feita em março, na Califórnia,
e mais duas faixas de estúdio, "Be
The One" e "That, That Is", ambas inéditas.
O mérito do álbum é ter conseguido reunir a formação clássica
da banda, com Jon Anderson (vocais), Chris Squire (baixo), Steve
Howe (guitarra), Alan White (bateria) e Rick Wakeman (teclados).
A segunda parte de "Keys to Ascension", também um CD duplo,
traz o resto do show na Califórnia e
um CD inteiro com músicas inéditas gravadas em estúdio.
Quanto às músicas ao vivo, nada
a acrescentar. É o bom e velho Yes
tocando os velhos clássicos, como
"I've Seen All Good People" e
"Close to The Edge".
Já as músicas de estúdio, gravadas com a mesma formação, mostram uma banda perdida entre a
sonoridade do passado e tendências modernas da música new age.
O resultado não agrada. A técnica transborda, mas falta inspiração e há repetição de clichês, como
as longas suítes instrumentais.
Já "Open Your Eyes" é de fato o
novo trabalho de estúdio da banda
e retoma a linha mais pop e comercial do último lançamento antes
dos discos ao vivo, "Talk", de 94.
E novamente há mudanças. Nos
dois "Keys to Ascension", Steve
Howe e Rick Wakeman substituíram Trevor Rabin (guitarra) e
Tony Kaye (teclados), respectivamente. Em "Open Your Eyes", é a
vez de Wakeman sair, deixando
sua vaga nos teclados para Billy
Sherwood, conhecido produtor.
O defeito do CD é retomar a linha pop de "Talk". É um trabalho
fraco, com composições repetitivas e com os teclados predominando sobre as virtuosas execuções da guitarra de Howe. O destaque é "Universal Garden".
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