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FILOMENA MATARAZZO SUPLICY
A avó do Supla, a sogra da Marta...
Ana Ottoni/Folha Imagem
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Suplicy chora ao lado da mãe, Filomena, vendo Supla na "Casa dos Artistas", no domingo |
Ela é a avó do cantor Supla,
sogra da prefeita Marta Suplicy, mãe do senador Eduardo Suplicy. Quer mais? É neta
de Francesco Matarazzo, o
fundador do império industrial que foi o maior da América do Sul. Foi sogra do ex-ministro Dilson Funaro.
Aos 93 anos, dona Filomena
Matarazzo Suplicy viveu encontros e desencontros que
deixam no chinelo os de
Eduardo e Marta, hoje protagonistas da separação mais
noticiada do momento.
O pai dela, Andrea, foi preterido do testamento feito em
vida por Francesco Matarazzo. O primeiro marido, Anésio, morreu quando ela estava
grávida de sete meses. O segundo marido, Paulo Suplicy,
esperou três anos para que o
luto passasse. Filomena chegou a pedir que ele nunca
mais aparecesse em sua casa,
como prova de amor.
Paulo não desistiu. Eles acabaram casando e tendo nove
filhos, 39 netos e dezenas de
bisnetos. Ao lado do senador
Suplicy, que chorou ao ver o
depoimento que Marta fez para o filho Supla no domingo,
em "Casa dos Artistas", dona
Filomena, filha de uma fundadora da Liga das Senhoras Católicas, falou da modernidade
de filhos, noras e netos.
Folha - A senhora tem visto o
Supla na TV?
Filomena - Eu não assisto tanto porque é muito tarde. Mas,
quando vejo, acho que ele é um
verdadeiro artista. Desde pequeno, ele sempre foi muito bonitinho. Muito esperto.
Folha - E quando ele apareceu
em casa tatuado e com aquele
cabelo arrepiado?
Filomena - Tatuado? Eu não
reparei. O cabelão, eu acho que
para um artista está muito bom.
Folha - A senhora gosta das
músicas dele?
Filomena - Não é bem meu gênero, mas acho que são bonitas.
Folha - Quando a Marta aparecia na TV Globo falando de sexo,
a senhora via?
Filomena - Ah, via, achava
muito bom. Eu sempre achei
que ela explicava bem as coisas.
Acho certo explicar tudo. É
muito bom a gente saber como
são as coisas. Eu nunca me importei com isso. O que para
mim é muito importante é a religião. Sou católica, praticante, e
acho que a fé é talvez a coisa
mais importante da vida.
Folha - Quando seu filho, o senador Eduardo, se separou da
prefeita Marta, ele veio para a
sua casa. O que a senhora sentiu
quando ele chegou aqui com a
mala?
Filomena - Fiquei com pena.
Acho triste. Como eu acho triste
até hoje. Eu fico até pensando,
como é que eu não consegui
ajudar? Também, não tentei
muito... Anos atrás, eu e meu
marido fizemos parte de uma
organização chamada equipe
de casais, fundada no Canadá.
A única obrigação do casal era
conversar duas horas por semana, sozinho. Podia ser em qualquer lugar, menos na cama. Ali
não valia.
Folha - Por quê?
Filomena - A cama tem outros
atrativos, outra finalidade, e
não fica uma conversa séria.
Folha - E a senhora nunca conseguiu aconselhar os dois a ter
esse tipo de diálogo?
Filomena - Eu nunca tive a
oportunidade de saber que eles
estavam se separando para poder sugerir essa conversa. Eu
acho uma tristeza. Não teria um
motivo assim, de não ter jeito.
Tenho a impressão, no caso deles, que é uma questão de conversar. Sabe o que é? Nem considero ainda uma separação.
Você acha que eles não voltam?
Folha - Não sei... É verdade que
a senhora autorizou a prefeita a
continuar a usar o sobrenome
Suplicy, mesmo depois de separada?
Filomena - Acho que pode
usar. Nem sei se um dia ela pensa em casar de novo... Nunca
mais falei com ela. Se ela se casar com outra pessoa, vou ficar
com pena. Se separar para casar
com outro... acho que é triste.
Eu vejo o que está no jornal.
Mas a vida é dela. Se fosse filha
minha, podia dar um conselho,
mas talvez nem adiantasse. A
gente não pode mudar o mundo nem criticar ninguém.
Folha - A senhora vai votar em
quem para presidente?
Filomena - Se o Eduardo for
candidato, voto nele. Voto sempre no PT. Mas não é porque
voto no PT que os outros são
ruins. Acho o Fernando Henrique bem honesto, trabalhador.
Folha - E a prefeita Marta?
Filomena - Ela está fazendo
um trabalho bom, mas não
consegue tudo o que quer. Mas
não culpo ela. É muito difícil.
Acho que ela trabalha muito
bem, é dedicada.
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