DA SUCURSAL DO RIO

"Toda Crônica" é o mais vistoso, mas não o único lançamento que marca, neste fim de ano, a nova fase da sexagenária Agir. Comprada em 2002 pela Ediouro, a editora fundada em 16 de junho de 1944 como Artes Gráficas Industriais Reunidas - por milionários das famílias Guinle e Paula Machado e pelo crítico literário Alceu Amoroso Lima, entre outros- pretende reviver seus tempos áureos, quando publicava autores como Clarice Lispector e o melhor do teatro internacional.
Um dos caminhos é reciclar peças do rico catálogo da editora. Está sendo relançada neste mês "Auto da Compadecida", a mais famosa peça de Ariano Suassuna e que, sempre comprada por redes escolares, manteve, ao lado de "O Pequeno Príncipe", de Saint-Exupéry, as finanças da empresa nos últimos anos.
Completando 50 anos, a peça volta numa edição de luxo, revista pelo próprio autor, que fez pequenas alterações no texto. Seu filho, Dantas Suassuna, ilustrou a obra.
Casa de muitos pensadores católicos no passado, a Agir teve entre seus autores Gustavo Corção, um dos mais brilhantes intelectuais conservadores do país, hoje praticamente esquecido. A editora republica seu único romance, "Lições de Abismo", escrito em forma de diário. Lançado em 1950, o livro volta com as ilustrações feitas por Oswaldo Goeldi para a edição de 1962.
A coleção Nossos Clássicos, uma marca da Agir, também retornará em 2005, com curadoria da crítica Beatriz Rezende. Nela, pensadores analisam as obras de escritores brasileiros.
De olho também no futuro, a editora está lançando "Crônicos", segundo romance da santista Daniela Abade, 33, e "Paralelos", reunindo 17 contos de jovens autores. No pacote de fim de ano ainda está o romance "O País dos Ponteiros Desencontrados", de Flávio Moreira da Costa.
Para o próximo ano, estão previstas edições de João Cabral de Melo Neto, Lucio Rangel, Carlinhos de Oliveira Caio Fernando Abreu e Ferréz, entre outros.


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