São Paulo, domingo, 04 de dezembro de 2005

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MÔNICA BERGAMO

Ana Ottoni/Folha Imagem
DIOR Conjunto de renda que passou de R$ 13 mil para R$ 7,8 mil, e o vestido azul turquesa (à dir.), de R$ 11 mil para R$ 4.400

Liqüidações antecipadas, bazares e vendas especiais movimentam o mundo do luxo em São Paulo

Queima de estoque

Há duas semanas, Rosangela Lyra, diretora da Christian Dior no Brasil, disparou malas diretas para as 7.000 clientes cadastradas na loja. Aviso: a maison liquidaria, pela primeira vez, suas peças no mês de dezembro -e não em janeiro, depois das festas de Natal e Réveillon.

 

Uma liqüidação Dior, é bom que fique claro: mesmo com descontos de até 80%, um dos produtos mais baratinhos da loja, um conjunto de calcinha e sutiã, sai por cerca de R$ 500 (antes custava R$ 870); um conjunto de blusa e saia de renda com lycra e veludo passou de R$ 13 mil para R$ 7.800; um vestido azul turquesa, de seda, foi de R$ 11 mil para R$ 4,4 mil. As bolsas, com descontos de 40%, não saem por menos de R$ 500.
 

Às 16h30 de quinta, 1, primeiro dia da promoção, só duas amigas observavam as roupas expostas na loja da Haddock Lobo, nos Jardins. "Pelo menos uma bolsa Dior você precisa ter na vida", filosofava Sonia Maria Grechi, que se diz "muito competente", daí ser dona-de-casa. A amiga Rosa Andrade, que é joalheira, concordava com Sônia: "Uma bolsa de R$ 4,5 mil não é tão cara. Caro é aquilo que você não usa". No dia da liqüidação, Rosa usava uma bolsa Dior, um vestido Versace e sandálias Valentino. Total do look: R$ 10 mil. "Eu tenho pena é quando não compro", explicava.
 

Rosa diz que viaja sempre para a Europa de malas vazias e volta com, no mínimo, "três botas, cinco sandálias e umas duas bolsas de cada marca". Na Dior, ela bisbilhotou bastante, mas acabou não comprando nada. Já Sônia, que tinha só uma, levou para casa a sua segunda bolsa Dior. Pagou R$ 1.950 -o preço original era R$ 3.250.
 

Dez por cento do dinheiro arrecadado na liqüidação, diz Rosangela, serão doados para as obras sociais de uma congregação religiosa, a "Legionários de Cristo".

Na semana passada, a fotógrafa Vania Toledo, 55, recebeu uma ligação da loja Betty Loeb avisando que havia começado a liqüidação no ateliê. Correu para lá. "Traga logo as coisas pequenas que são as que a gente pode comprar", disse para a própria Betty. A coleção inteira, salvo cinco colares de pedras preciosas, está pela metade do preço: anéis de brilhante de R$ 3.200 saem por R$ 1.600; uma pulseiras de âmbar custa R$ 350. Vania experimenta todos os anéis de prata com porcelana -que caíram de R$ 520 para R$ 260 -enquanto comenta com Betty a cassação de José Dirceu. "E o Zé, hein?", pergunta a designer de jóias. "Eu achei ótimo. Quanto custa esse anel aqui?", diz Vania. Ela acabou comprando três pingentes e dois anéis, tudo por cerca de R$ 650.

Além de algumas liqüidações antecipadas, como as da Dior e a de Betty Loeb, bazares e vendas especiais estão movimentando o mundo do luxo paulistano em dezembro.
 

O estilista Walter Rodrigues está promovendo a venda especial de vestidos que sobraram de coleções passadas. Tudo pela metade do preço. Os de renda de seda francesa, por exemplo, baixaram de R$ 870 para R$ 430. Os longos do último inverno, que custavam R$ 2.200, são agora vendidos por R$ 660. De segunda a sexta, é preciso agendar um horário para visitar o ateliê, na avenida Rebouças. Aos sábados, a entrada é livre.
 

A venda especial de Isabela Capeto funciona no apartamento de Rosa Cruz, amiga da estilista carioca. São só dois eventos por ano em SP. Um deles aconteceu na semana passada. O próximo, diz Rosa, deve ser na terceira semana de dezembro. É só telefonar para ela e marcar um horário [ver quadro]. O atrativo não são os descontos, mas a variedade de peças da estilista carioca, que vende em poucos pontos em SP. A peça mais barata é uma regata simples de algodão por R$ 120; a mais cara, uma saia bordada por R$ 2.006. A maior parte das clientes das vendas especiais gasta em média R$ 4 mil.
 

Os bazares também fazem a festa da clientela. Eles oferecem preços mais convidativos que as liqüidações porque a idéia é queimar estoques antigos. Reinaldo Lourenço e Glória Coelho já encerraram as queimas. Marcelo Sommer começou o seu bazar. O de Alexandre Herchcovitch acontece em janeiro.
 

O bazar de calçados e bolsas da designer Franziska Hübener acontece dentro da fábrica, na Barra Funda, onde são instaladas prateleiras lotadas de sapatos. Os de salto alto, de R$ 500, saem por R$ 80; as sapatilhas e sandálias rasteiras, por R$ 70. As bolsas, quase todas únicas, têm descontos de 50% a 70%.

ENDEREÇOS

Bazar Sommer r. Alagoas, 852, Higienópolis, tel. 11 3666 0723.
Betty Loeb r. dr. Melo Alves, 496, Jardins, tel. 11 3083 2599.
Christian Dior r. Haddock Lobo, 1.589, Jardins, tel. 11 3061 9299, e Daslu (av. Chedid Jafet, 131, Vila Olímpia, tel. 11 3841 3000).
Franziska Hübener r. Achilles Orlando Curtolo, 560, Barra Funda, tel. 11 3611 1214.
Happy Bazaar r. da Consolação, 3.122, Jardins.
Isabela Capeto falar com Rosa Cruz no tel. 11 3088 9867.
Walter Rodrigues av. Rebouças, 1.923, Pinheiros, tel. 11 3891 0988.


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