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Polonês vê um
Calvin Klein nazi
da Reportagem Local
Em seu mezanino, a galeria Camargo Vilaça vai mostrar uma instalação com 12 fotografias e um vídeo do artista polonês -também
radicado em Nova York- Maciej
Toporowicz.
A tese do artista é bem simples. E
nem tão nova assim. Nas fotografias e principalmente no vídeo, Toporowicz demonstra que a estética
pregada pelos anúncios de perfumes Calvin Klein reproduz os valores idealizados pela estética nazista.
Fotografadas por Bruce Weber,
as publicidades de Obsession, Escape e Eternity trazem corpos
musculosos e ideais de beleza semelhantes aos pregados pelos nazistas.
Poderia ainda ter lido o nome
dos três perfumes -Obsessão,
Salvação, Eternidade- como valores caros ao nazistas.
Toporowicz pegou então as fotografias de Weber, geralmente alusões a um universo homoerótico, e
as substitiu por monumentos nazistas, fornos de cremação, mechas de cabelos, próteses e outros
objetos ligados à perseguição.
O problema é que isso não é novo. Desde os anos 80, Weber tem
sido apontado como clone de Leni
Riefenstahl, a cineasta ``programadora visual'' do Terceiro Reich.
Susan Sontag também escreveu
sobre o argumento em ``Fascinating Fascism''.
Hitler queria dominar o mundo
com seu projeto estético de embelezamento (em 1933, assinou uma
lei que obrigava a esterilização de
todos os doentes com problemas
hereditários). Calvin Klein também quer embelezar o mundo com
suas roupas, perfumes e acessórios. Sua arma é a publicidade.
O vídeo, editado de maneira
muito convincente em seus cinco
minutos de duração, vai além. Estabelece um paralelo entre a beleza
da top model Kate Moss e a fragilidade dos corpos dos judeus. Lembra ainda a submissa Charlotte
Rampling em ``O Porteiro da Noite'', de Liliana Cavani.
(CF)
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