Shadows Collide with People    

Sem desconsiderar o papel de homem de frente exercido por Anthony Kieds ou os grooves de baixo delineados por Flea, o alcance planetário atingido pelo Red Hot Chili Peppers deve ser creditado a John Frusciante. Não por coincidência, a explosão da banda californiana com "Blood Sugar Sex Magik" (1991) e o retorno ao sucesso em "Californication" (1999, 13 milhões de cópias) foram marcados com o nome do guitarrista. "Shadows Collide with People", seu terceiro disco solo, pode ser visto como o atestado de sua influência sobre o grupo, que desde a reincorporação de Frusciante, arrefeceu a alegria de tempos anteriores e admitiu definitivamente os climas melancólicos. Do começo ao fim de "Shadows" (intercalado por uma ou outra bobagem experimental), ouvem-se melodias simples, nascidas em acordes de violão, que refletem "a descoberta de que o mundo não é um lugar tão bom assim", como disse o guitarrista em uma entrevista. Não funciona por inteiro, até pela longa duração do álbum (65 minutos), mas em diversos momentos prova que Frusciante faz parte do time dos que conseguem extrair beleza da melancolia. Artista: John Frusciante. Lançamento: Warner. Quanto: R$ 30, em média. (SHIN OLIVA SUZUKI).


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