Jimi Hendrix reaparece com faixas inéditas em "Valleys of Neptune", disco que chega às lojas semana que vem

Divulgação

O norte-americano Jimi Hendrix durante concerto em Hamburgo, em 1967

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Jimi Hendrix entrou para a história do rock como um virtuoso da guitarra, mas ele possuía enorme talento como cantor e estava, pouco a pouco, caminhando em direção ao jazz e a experimentações pouco pop.
É esse Hendrix que encontramos em "Valleys of Neptune", álbum que ganha lançamento mundial na segunda-feira e que traz faixas que não haviam sido lançadas em disco.
Morto em 18 de setembro de 1970, aos 27 anos, Hendrix é um dos intocáveis do rock and roll, mas, após sua morte, vários dos discos lançados contendo canções raras e inéditas traziam material inacabado, com qualidade incompatível com a música do guitarrista.
Já "Valleys of Neptune" dá à luz faixas como "Bleeding Heart", um cover de Elmore James em versão de 1969. Hendrix era acompanhado ali por Billy Cox (baixista) e Rock Isaac (bateria).
Ou a faixa título, em que temos uma dica de por onde Hendrix passearia se tivesse tido um pouco mais de tempo. Traz o músico se aproximando do jazz, aliando psicodelia e experimentalismos e até mais contido na sua guitarra.
As 12 canções de "Valleys of Neptune" saíram de diversas sessões de estúdio feitas entre 1967 e 1970.
"Nesse período, Jimi voltava para casa e dizia que estava tentando novos sons. Dizia que se sentia empolgado. Falava a nosso pai que ele ficaria muito orgulhoso: "Nunca ouviram esse tipo de música'", contou à Folha Janie Hendrix, irmã do músico e responsável por seu espólio por meio da empresa Experience Hendrix LLC.

Ano Hendrix
Este 2010 será praticamente um "ano Hendrix". Estão programados os relançamentos dos três discos de estúdio da Jimi Hendrix Experience, banda de Hendrix com os músicos Noel Redding (baixo) e Mitch Mitchell (bateria).
Cada um sairá com um DVD com imagens de shows e, ainda, com um documentário feito por Bob Smeaton (de "Beatles Anthology"), que trará entrevistas com Mitchell, Redding e com o engenheiro de som e produtor Eddie Kramer.
"Temos ainda uns dez anos de material de Jimi para lançar", adianta Janie Hendrix. "Jimi era workaholic, vivia no estúdio compondo. Temos vídeos em fitas antigas, que darão uma nova ideia sobre a música e a vida dele."
Em "Valleys of Neptune", canções como "Lullaby for the Summer", "Ships Passing Through the Night" e "Crying Blue Rain" são lançadas pela primeira vez num disco oficial. Outras, como "Sunshine of Your Love" (cover do Cream), "Red House" e "Stone Free" ganham tratamento diferenciado do encontrado em versões ao vivo ou em gravações de estúdio feitas anteriormente.
Quarenta anos após sua morte, a influência de Hendrix ainda é (bastante) ouvida no rock.
Capa da edição de fevereiro da revista britânica "Uncut", o guitarrista inspirou 15 bandas que aparecem em um CD encartado na publicação.
Estão ali grupos elogiados como Black Keys, Nebula e Comets on Fire. Em faixas que unem peso, groove e psicodelismo, eles mostram que o rock de Hendrix ia muito além dos virtuosos solos de guitarra.


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