Evento do Itaú Cultural apresenta projetos de pesquisas e trabalhos inacabados

Programação também marca o lançamento de uma nova enciclopédia virtual para entender a dança contemporânea brasileira

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em vez de coreografias prontas e estreias propriamente ditas, o Itaú Cultural subverte a ordem vigente no mundo dos espetáculos e apresenta, a partir de amanhã, em três palcos de São Paulo, uma mostra de processos artísticos em fase de pesquisa, trabalhos pela metade ou sem qualquer conclusão. A "Mostra de Processos Rumos Dança" reúne 21 trabalhos de todo o país, selecionados entre 500 inscritos, na quarta edição do programa Rumos Itaú Cultural Dança, projeto nacional de mapeamento da dança contemporânea.
"O edital sempre ressaltou a importância da seleção de trabalhos de pesquisa, mas, quando chegava a hora de apresentá-los, os coreógrafos apareciam com os trabalhos prontos", explica Sônia Sobral, gerente de Artes Visuais do Itaú Cultural. "Agora, propusemos que criassem estratégias de apresentação da pesquisa."
Ao longo dos sete meses de preparação, os artistas contaram em blogs (www.itaucultural.org.br/rumos) os passos da criação. A carioca Dani Lima, que apresenta "Para Minha Filha", com João Saldanha e Marcela Levi, postou vídeos que a influenciaram. Já o catarinense Marcos Klann ("O Que Antecede a Morte") diz que não tem vontade de falar sobre o seu processo, e a amazonense Rosa Almeida ("Parte de Mim") usa fotos para explicar suas experiências solitárias.
A mostra, que se estende até o dia 14 no Itaú Cultural, no Centro Cultural São Paulo e no Teatro Coletivo, apresenta também os cinco contemplados do programa na área de vídeo-dança, além de debates. No domingo, uma palestra no Itaú Cultural, às 15h, marcará o lançamento da "Enciclopédia Itaú Cultural Dança", um projeto virtual que reunirá, num primeiro momento, cem verbetes para entender a dança contemporânea brasileira. A previsão é que ela entre na web em março do ano que vem.