WILLIAM FRANÇA
da Sucursal de Brasília

Na semana de comemoração dos seus 39 anos, Brasília assistirá à primeira edição do Festival Internacional de Cinema. O festival vai reunir 24 filmes inéditos, privilegiando aqueles assinados por novos cineastas, dentro do espírito de cinema independente.
A filha de Jacques Tati ("Meu Tio") vem para falar do pai, morto há dois anos, e exibir o seu trabalho ("Le Comptoir").
Nove dos títulos vêm do exterior exclusivamente para Brasília, como "The Acid House", da Inglaterra, e "Silvia Prieto", da Argentina. Outros nove serão apresentados em primeira mão antes de entrarem em exibição no mercado brasileiro, como "Barril de Pólvora", da Iugoslávia, e o brasileiro "Um Copo de Cólera".
O festival, que começa no dia 20 de abril e vai até 2 de maio, será realizado em duas das três salas do Cine Academia (localizado na Academia de Tênis, um dos hotéis de luxo da cidade) e não terá caráter competitivo nem júri oficial.
"Por ser a primeira edição, optamos por deixar que o público faça a escolha dos melhores. Premiação, só no futuro", disse Marco Farani, 40, proprietário do Cine Academia e organizador do evento.
A idéia do festival surgiu ano passado, mas só começou a ser viabilizada em janeiro. Como o Cine Academia exibe há um ano e meio filmes de pequenas distribuidoras ou sem muito apelo comercial, foi possível se chegar a 60 cineastas independentes, dos quais 24 responderam ao convite.
O patrocínio de três estatais (uma federal e duas do DF) possibilitou cobrir o custo do festival, como o transporte, a legendagem e o aluguel das películas, exigido por alguns cineastas.
A mostra será aberta com a exibição de "Até que a Vida nos Separe", produção brasileira dirigida pelo espanhol José Zaragoza, "uma declaração de amor a São Paulo", na visão do próprio diretor.
Paralelamente à exibição dos filmes, o festival promoverá debates. O primeiro, no dia 21, tem a presença confirmada de sete cineastas e deve ser mediado por Rubens Edwald Filho. No dia 24, haverá uma homenagem especial ao diretor e ator francês Jacques Tati, com a exibição de seu mais importante filme, "Meu Tio", seguido por mesa-redonda comandada por sua filha, Sophie Tatischeff.
No dia 25, outra mesa-redonda discutirá a distribuição no Brasil, reunindo diretores de distribuidoras que se dedicam ao cinema independente, além de Leon Cakoff, diretor da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.


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