São Paulo, sexta-feira, 05 de maio de 2000


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MUNDO DE BACO

Novos chilenos chegam

Colunista da Folha

Com uma longa linha de produtos, que inclui sete varietais (vinhos elaborados à base de uma cepa) da marca Stonelake -lançados em São Paulo semanas atrás- e outra longa bateria de exemplares que levam o nome da casa, a vinícola chilena Valdivieso fincou o pé no Brasil.
Criada no século passado por Alberto Valdivieso -um entusiasta dos champanhes que elaborou os primeiros vinhos borbulhantes do país-, a firma está hoje em poder do Mitjans, um grupo no negócio de vinhos há mais de 70 anos, e detém, com 4 milhões de garrafas produzidas por ano, 90% do mercado de espumantes do país.
Localizada em Lontue, a cerca de 200 quilômetros ao sul de Santiago, a Valdivieso tem também uma forte ala dedicada aos vinhos tranquilos, como os que acabaram de chegar.
Philippe Debrus, um enólogo francês com passagens por vinícolas como Guigal, um dos grandes nomes do Ródano, na sua terra natal, e Kunde, na Califórnia, e que atuou no Chile como consultor da igualmente californiana Kendall Jackson, comanda esse departamento.
Os Stonelake (Malbec 99, Cabernet 98, Merlot 98, Sauvignon 99 e Chardonnay 99), são os goles mais simples (e de preço identicamente descomplicado, R$ 13) do novo desembarque. O topo da leva são os Reserva, um Cabernet Sauvignon 98 (tânico, mas com boa fruta) e um Chardonnay 99 (equilibrado e frutado).
Entre os Valdivieso, os Reserve Premium (Pinot Noir, Cabernet Franc, Merlot e Malbec, todos 97), que lembram um pouco vinhos californianos, acabam roubando o show.
O Pinot Noir tem bom aroma que combina fruta com fortes pinceladas de madeira e sabor agradável, bem típico da variedade (qualidade muito difícil de encontrar nos vinhos sul-americanos dessa cepa).
Ameixas e carvalho dominam o aroma do Cabernet Franc, um vinho adstringente, mas denso, longo e muito agradável na boca. Igualmente concentrado, o Merlot tem aroma (fruta, açúcar queimado) mais intenso e elegante, bom corpo e boa estrutura e um sabor muito persistente.
Ainda melhor é o Malbec -uma uva que, até agora, parecia ser apenas uma especialidade argentina. Esse é, sem dúvida (junto com o Merlot), um dos melhores tintos do Cone Sul que aportou por aqui.
De cor escura, ele tem aroma rico (frutas vermelhas, baunilha, caramelo, tabaco) e agrada pelos taninos finos, a textura aveludada e o sabor doce de fruta madura, muito concentrada, que perdura, num final delicioso, por longo tempo na boca. (JORGE CARRARA)

Borbulhas
A Veuve Cliquot do Brasil acabou de lançar no Brasil o seu Brut Vintage Reserve 95. O borbulhante branco safrado fará parte, a partir deste mês, do leque de champanhes que a casa francesa comercializa no país. Rico, fresco, com boa acidez e aroma que combina frutas frescas e secas, o Vintage Reserve foi elaborado com uvas Pinot Noir (58%), Chardonnay (33%) e Pinot Meunier (9%).

Novíssimo
Houve também novidades produzidas em casa. A vinícola Miolo, do Vale dos Vinhedos, Rio Grande do Sul, lançou o Gamay 2000, um vinho elaborado a maneira (e com o mesmo tipo de uva) dos Beaujolais Nouveau franceses. O clone nacional -um tinto bem leve e aromático- se não é muito superior, pelo menos tem uma vantagem: não custa nem a metade dos originais gauleses (R$ 14).

Nova Zelândia 1
A Importadora Premium de Belo Horizonte (tel. 0/xx/31/292-2911) apresentou dia 25 de abril, durante um almoço no restaurante Antiquarius, em São Paulo, novos vinhos da Nova Zelândia que acabam de se integrar ao seu estoque. Entre as estréias, menção para o Pinot Noir 98 da Hunter's (bem-feito, com boa fruta) por ser, a US$ 22, uma boa opção aos borgonhas genéricos (mais caros e sem a mesma qualidade dos neozelandeses).

Nova Zelândia 2
A Brookfields e Goldwater também mostraram tintos interessantes. Mas os brancos, especialidade dessas ilhas do Pacífico Sul, foram as estrelas da prova. Compartilharam o pódio, o Chardonnay Roseland 98 da Goldwater (frutado e elegante) e uma dobradinha da Neudorf: um Sauvignon Blanc (viscoso e perfumado) e o Moutere, um encorpadíssimo Chardonnay, de sabor intenso.



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