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MUNDO DE BACO
Novos chilenos chegam
Colunista da Folha
Com uma longa linha de produtos, que inclui sete varietais (vinhos elaborados à base de uma
cepa) da marca Stonelake -lançados em São Paulo semanas
atrás- e outra longa bateria de
exemplares que levam o nome da
casa, a vinícola chilena Valdivieso
fincou o pé no Brasil.
Criada no século passado por
Alberto Valdivieso -um entusiasta dos champanhes que elaborou os primeiros vinhos borbulhantes do país-, a firma está hoje em poder do Mitjans, um grupo
no negócio de vinhos há mais de
70 anos, e detém, com 4 milhões
de garrafas produzidas por ano,
90% do mercado de espumantes
do país.
Localizada em Lontue, a cerca
de 200 quilômetros ao sul de Santiago, a Valdivieso tem também
uma forte ala dedicada aos vinhos
tranquilos, como os que acabaram de chegar.
Philippe Debrus, um enólogo
francês com passagens por vinícolas como Guigal, um dos grandes nomes do Ródano, na sua terra natal, e Kunde, na Califórnia, e
que atuou no Chile como consultor da igualmente californiana
Kendall Jackson, comanda esse
departamento.
Os Stonelake (Malbec 99, Cabernet 98, Merlot 98, Sauvignon
99 e Chardonnay 99), são os goles
mais simples (e de preço identicamente descomplicado, R$ 13) do
novo desembarque. O topo da leva são os Reserva, um Cabernet
Sauvignon 98 (tânico, mas com
boa fruta) e um Chardonnay 99
(equilibrado e frutado).
Entre os Valdivieso, os Reserve
Premium (Pinot Noir, Cabernet
Franc, Merlot e Malbec, todos 97),
que lembram um pouco vinhos
californianos, acabam roubando
o show.
O Pinot Noir tem bom aroma
que combina fruta com fortes
pinceladas de madeira e sabor
agradável, bem típico da variedade (qualidade muito difícil de encontrar nos vinhos sul-americanos dessa cepa).
Ameixas e carvalho dominam o
aroma do Cabernet Franc, um vinho adstringente, mas denso, longo e muito agradável na boca.
Igualmente concentrado, o Merlot tem aroma (fruta, açúcar queimado) mais intenso e elegante,
bom corpo e boa estrutura e um
sabor muito persistente.
Ainda melhor é o Malbec
-uma uva que, até agora, parecia
ser apenas uma especialidade argentina. Esse é, sem dúvida (junto
com o Merlot), um dos melhores
tintos do Cone Sul que aportou
por aqui.
De cor escura, ele tem aroma rico (frutas vermelhas, baunilha,
caramelo, tabaco) e agrada pelos
taninos finos, a textura aveludada
e o sabor doce de fruta madura,
muito concentrada, que perdura,
num final delicioso, por longo
tempo na boca.
(JORGE CARRARA)
Borbulhas
A Veuve Cliquot do Brasil acabou de lançar no Brasil o seu Brut
Vintage Reserve 95. O borbulhante branco safrado fará parte, a partir deste mês, do leque de champanhes que a casa francesa comercializa no país. Rico, fresco, com
boa acidez e aroma que combina
frutas frescas e secas, o Vintage
Reserve foi elaborado com uvas
Pinot Noir (58%), Chardonnay
(33%) e Pinot Meunier (9%).
Novíssimo
Houve também novidades produzidas em casa. A vinícola Miolo,
do Vale dos Vinhedos, Rio Grande do Sul, lançou o Gamay 2000,
um vinho elaborado a maneira (e
com o mesmo tipo de uva) dos
Beaujolais Nouveau franceses. O
clone nacional -um tinto bem leve e aromático- se não é muito
superior, pelo menos tem uma
vantagem: não custa nem a metade dos originais gauleses (R$ 14).
Nova Zelândia 1
A Importadora Premium de Belo Horizonte (tel. 0/xx/31/292-2911) apresentou dia 25 de abril,
durante um almoço no restaurante Antiquarius, em São Paulo, novos vinhos da Nova Zelândia que
acabam de se integrar ao seu estoque. Entre as estréias, menção para o Pinot Noir 98 da Hunter's
(bem-feito, com boa fruta) por
ser, a US$ 22, uma boa opção aos
borgonhas genéricos (mais caros
e sem a mesma qualidade dos
neozelandeses).
Nova Zelândia 2
A Brookfields e Goldwater também mostraram tintos interessantes. Mas os brancos, especialidade
dessas ilhas do Pacífico Sul, foram
as estrelas da prova. Compartilharam o pódio, o Chardonnay Roseland 98 da Goldwater (frutado e
elegante) e uma dobradinha da
Neudorf: um Sauvignon Blanc
(viscoso e perfumado) e o Moutere, um encorpadíssimo Chardonnay, de sabor intenso.
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