São Paulo, quinta-feira, 05 de maio de 2005

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CELEBRIDADE

"Tira Onda" emperra na falta de graça

XICO SÁ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Senta que lá vem tédio. A atriz Letícia Spiller tenta se passar por camelô em um mercado popular da cidade do Rio. É a nova etapa do "Tira Onda", do Multishow, que reestréia hoje. O mote do programa é esse: pôr alguém do ramo das celebridades globais para viver uma outra profissão, não tão glamourosa.
Tem o caso de bobagens engraçadas, como a bagaceira do "Pânico na TV" ou o novo circo tosco de 16 toneladas de "O Grande Perdedor", do SBT. Essa do canal fechado da Globosat...
A atriz até que faz seus gracejos, constrói uns chavões para vender as bugigangas, mas só consegue chamar a atenção mesmo pelo papel de turbinada a assanhar a testosterona do populacho. O corpo fala, como diria a psicologia de bagatela.
Praticamente sem disfarce, a camelô Esperança, como foi nomeada a personagem, é facilmente reconhecida pelos fregueses, que babam como fiéis mamíferos viciados em TV. E só resta repetir o tempo inteiro: "Sou muito parecida, sou muito parecida, sou muito parecida...".
Os marmanjos se aproximam, as mulheres comentam sobre as novelas... Não há mistério nenhum, suspense zero. Nesse gênero inútil, melhor ir no "Táxi do Gugu", velho quadro do SBT.
Até que os camelôs reais tentam tirar o programa do tédio que é essa brincadeirinha a mais de celebridade. "Seu sorriso é uma forma de pagamento", diz um. "A nota fiscal é a minha palavra", afirma o mesmo representante da nação informal.
E fica nisso. Nem a prosódia da rua foi captada a contento para salvar o "Tira Onda". Só o "rapa" teria salvado aquele camelódromo sob o comando da atriz. Moça bonita não paga, mas também não leva. Em bom "camelonês", é esse o caso do programa do canal pago Multishow.


Tira Onda
Quando:
hoje, às 21h15, no Multishow


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