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CELEBRIDADE
"Tira Onda" emperra na falta de graça
XICO SÁ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Senta que lá vem tédio. A atriz
Letícia Spiller tenta se passar por
camelô em um mercado popular
da cidade do Rio. É a nova etapa
do "Tira Onda", do Multishow,
que reestréia hoje. O mote do programa é esse: pôr alguém do ramo
das celebridades globais para viver uma outra profissão, não tão
glamourosa.
Tem o caso de bobagens engraçadas, como a bagaceira do "Pânico na TV" ou o novo circo tosco
de 16 toneladas de "O Grande Perdedor", do SBT. Essa do canal fechado da Globosat...
A atriz até que faz seus gracejos,
constrói uns chavões para vender
as bugigangas, mas só consegue
chamar a atenção mesmo pelo papel de turbinada a assanhar a testosterona do populacho. O corpo
fala, como diria a psicologia de
bagatela.
Praticamente sem disfarce, a camelô Esperança, como foi nomeada a personagem, é facilmente reconhecida pelos fregueses,
que babam como fiéis mamíferos
viciados em TV. E só resta repetir
o tempo inteiro: "Sou muito parecida, sou muito parecida, sou
muito parecida...".
Os marmanjos se aproximam,
as mulheres comentam sobre as
novelas... Não há mistério nenhum, suspense zero. Nesse gênero inútil, melhor ir no "Táxi do
Gugu", velho quadro do SBT.
Até que os camelôs reais tentam
tirar o programa do tédio que é
essa brincadeirinha a mais de celebridade. "Seu sorriso é uma forma de pagamento", diz um. "A
nota fiscal é a minha palavra",
afirma o mesmo representante da
nação informal.
E fica nisso. Nem a prosódia da
rua foi captada a contento para
salvar o "Tira Onda". Só o "rapa"
teria salvado aquele camelódromo sob o comando da atriz. Moça
bonita não paga, mas também
não leva. Em bom "camelonês", é
esse o caso do programa do canal
pago Multishow.
Tira Onda
Quando: hoje, às 21h15, no Multishow
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