São Paulo, terça-feira, 05 de junho de 2001

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HOMENAGEM

Centro Cultural Banco do Brasil do Rio exibirá "Espoir, Sierra de Teruel" e Aliança Francesa de SP terá palestra

SP e Rio celebram cem anos do francês André Malraux

CLAUDIA ASSEF
DA REPORTAGEM LOCAL

Há pelo menos uma boa razão para ficar de olho nas comemorações dos cem anos do escritor francês André Malraux (1901-1976), que acontecem no Brasil: a rara oportunidade de assistir a "Espoir, Sierra de Teruel", filme de 1938, escrito e dirigido por ele.
Baseado no romance "Espoir" ("Esperança", 1937), livro que mistura ficção e realidade e tem como pano de fundo a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), o longa poderia entrar para a categoria dos "filmes cultuados que ninguém (ou quase ninguém) viu".
No Rio, o filme será exibido nesta sexta, às 16h30, no Centro Cultural Banco do Brasil (r. 1º de Março, 66, centro, tel. 0/xx/21/3808-2020).
Em São Paulo, a Aliança Francesa do Jardim América (r. Bela Cintra, 1.737, tel. 0/xx/11/3062-9754) já exibe uma mostra sobre Maulraux e também contará com a presença do professor de literatura francesa Monces Khemiri, da Universidade de Sourbonne, na França, e da Faculdade de Letras de Manouba, na Tunísia, para a palestra "Malraux: Paixão pela Arte e Arte Medieval", que ocorrerá no dia 8 de junho, às 19h.
No Centro Cultural Banco do Brasil carioca, o programa "André Malraux: o Romancista, o Esteta e o Cineasta" promete dissecar questões como a paixão do romancista pela arte, por exemplo. O endereço http://sites .uol.com.br/site.malraux/ traz informações sobre horários e temas das palestras, que vão de hoje a sexta.
"É preciso que o jovem desperte para a obra de Malraux, leia coisas como "A Condição Humana", que influenciou e encantou tantos estudantes da minha geração", diz o organizador do evento, o professor de literatura francesa Edson Rosa da Silva, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Os festejos dos cem anos do nascimento de Malraux -ele nasceu em 3 de novembro de 1901 e morreu em 23 de novembro de 1976- pipocam ao redor do mundo. Há notícias de exposições em cidades distantes de seu universo francês, como Túnis (Tunísia), Budapeste (Hungria), São Petersburgo (Rússia), Tóquio (Japão) e Marrakech (Marrocos), além de mostras e comemorações em Paris e Boston, por exemplo.
Segundo o francês Pierre Coureux, fundador e presidente da Associação Amitiés Internationales André Malraux (www.andre malraux.com), sediada em Paris, o escritor ganhou tamanha importância porque, "antes de ser homem de ação ou escritor, ele foi um homem de reflexão".
"Ele foi jornalista, editor, crítico de arte, militante político e romancista, sempre misturando todas essas funções", disse à Folha.
Convocado pelo general Charles de Gaulle, Malraux foi o primeiro ministro da cultura francês, cargo que exerceu ao longo de 11 anos. Malraux criou as hoje famosas Maisons de la Culture.
Ele levou grandes obras francesas para serem exibidas em outros países. E foi ainda graças à Lei Malraux, de 1962, que imóveis localizados em bairros históricos de Paris puderam ser restaurados.


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