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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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Notas revelam processo de escrita

DO ENVIADO A JUIZ DE FORA

Escritor-arquivista, próximo de um capricho visual compulsivo com seus originais, Pedro Nava se valia de múltiplos recursos gráficos para escrever.
Entre os documentos de seu arquivo pessoal, há uma série de pequenas notas que o escritor chamava de "bonecos" e que revelam o processo de trabalho do memorialista. "Navalha do Tempo" reúne cem documentos desse tipo, dos quais foram feitos fac-símiles e transcrições. Neles, Nava registrava impressões, frases, desenhos e colagens, que serviam como ponto de partida para descrições que seriam incorporadas às suas memórias. Ou apenas como "banco de dados" de aforismas.
Organizadas por temas, essas fichas revelam, por exemplo, o interesse do autor pela pornografia vernacular. Entre algumas notas impublicáveis, há coisas que traem seu gosto anedótico-modernista ("Um programa pornográfico pode ser pornograma").
Um outro grupo de notas mostra o exercício filosófico por trás da escrita, como algumas tomadas na insônia e na angústia: "Em certas pessoas a consciência é a pele: só acorda com chicote", "Eu sou um homem solitário desde menino" ou, finalmente, "A vida é um romance sem enredo".


NAVALHA DO TEMPO. Onde: Centro de Estudos Murilo Mendes (av. Rio Branco, 3372, Juiz de Fora, MG, tel. 0/xx/32/3213-3931). Abertura hoje, às 20h. Até 31/8.


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