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Notas revelam processo de escrita
DO ENVIADO A JUIZ DE FORA
Escritor-arquivista, próximo de
um capricho visual compulsivo
com seus originais, Pedro Nava se
valia de múltiplos recursos gráficos para escrever.
Entre os documentos de seu arquivo pessoal, há uma série de pequenas notas que o escritor chamava de "bonecos" e que revelam
o processo de trabalho do memorialista. "Navalha do Tempo" reúne cem documentos desse tipo,
dos quais foram feitos fac-símiles
e transcrições. Neles, Nava registrava impressões, frases, desenhos e colagens, que serviam como ponto de partida para descrições que seriam incorporadas às
suas memórias. Ou apenas como
"banco de dados" de aforismas.
Organizadas por temas, essas fichas revelam, por exemplo, o interesse do autor pela pornografia
vernacular. Entre algumas notas
impublicáveis, há coisas que
traem seu gosto anedótico-modernista ("Um programa pornográfico pode ser pornograma").
Um outro grupo de notas mostra o exercício filosófico por trás
da escrita, como algumas tomadas na insônia e na angústia: "Em
certas pessoas a consciência é a
pele: só acorda com chicote", "Eu
sou um homem solitário desde
menino" ou, finalmente, "A vida é
um romance sem enredo".
NAVALHA DO TEMPO. Onde: Centro de Estudos Murilo Mendes (av. Rio Branco, 3372, Juiz de Fora, MG, tel. 0/xx/32/3213-3931). Abertura hoje, às 20h. Até 31/8.
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