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FILMES
TV ABERTA
"Poder Absoluto" circula entre aparência e verdade
Nervos de Aço
Record, 23h.
(Raw Nerve). EUA, 1999, 105 min.
Direção: Avi Nesher. Com Mario van
Peebles, Nicollette Sheridan, Zach
Galligan. Quando pilhado, policial
corrupto e violento envolve a namorada
e um ex-parceiro em seu plano de safar-se da história.
Diabólica
Globo, 23h05.
(Wicked). EUA, 1998, 88 min. Direção:
Michael Steinberg. Com Julia Stiles,
Louise Myrback. Suspense sobre filha
acusada de matar a própria mãe a fim de
seduzir o pai. Obscuro.
Poder Absoluto
SBT, 0h45.
(Absolute Power). EUA, 1997, 121 min.
Direção: Clint Eastwood. Com Clint
Eastwood, Gene Hackman, Ed Harris. Ao
dar um grande golpe, ladrão (Eastwood)
inadvertidamente presencia a morte
acidental de uma mulher. Um dos
envolvidos na história é ninguém menos
que o presidente dos EUA. Será quase
convencional daí por diante: FBI, CIA, o
diabo, todos atrás do ladrão. Mas quase:
pois tudo se joga entre salvar um mundo
de aparências e instaurar outro, de
verdades. Clint em boa forma (mas ele
voltaria ao tema com mais vigor).
Quilômetros acima da média, em todo
caso.
Entre Dois Amores
Bandeirantes,1h.
(On the Edge). EUA, 1994, 86 min.
Direção: Anthony J. Christopher. Com
Steve Simich, Lisa Boyle. A não confundir
com o filme de Sydney Pollack com Meryl
Streep, embora a atriz daqui, Lisa Boyle,
seja dada como muito mais bonita que
Meryl. Ela faz uma advogada que tem um
amante. Depois um segundo amante. E
pau na máquina.
Mississipi em Chamas
Globo, 1h35.
(Mississippi Burning). EUA, 1988, 122
min. Direção: Alan Parker. Com Gene
Hackman, Willem Dafoe, Frances
McDormand. Três ativistas dos direitos
civis têm no Mississipi, em 1964, a morte
que os ativistas da Ku-Klux-Klan
consideram justa. Como estamos num
momento em que o governo central dos
EUA é particularmente sensível ao
assunto, os agentes federais Hackman e
Dafoe são encarregados de investigar o
caso. Parker faz uma radiografia
pertinente da questão racial no Sul dos
EUA, a partir do embate entre os agentes
e os racistas. Não é enormemente
profundo, mas é muito eficaz. E os atores
estão soberbos.
Na Mira do Inimigo
SBT, 3h.
(Four Dogs Playing Poker). EUA, 2000, 98
min. Direção: Paul Rachman. Com Olivia
Williams, Balthazar Gety, Forrest
Whitaker. Quatro ladrões e amigos,
pilhados após roubarem uma estatueta
de Degas em Buenos Aires, são forçados
pelo colecionador Whitaker a aparecer
com US$ 1 milhão. A única maneira de
isso acontecer é levantando o dinheiro
do seguro de vida. Para tanto, seria
preciso que um deles morresse.
Rascal, o Amiguinho Travesso
SBT, 4h45.
(Rascal). EUA, 1969, 85 min. Direção:
Norman Tokar. Com Steve Forrest, Bill
Mummy, Elsa Lanchester. Durante férias,
o cachorro de um garoto ataca grupo de
guaxinins recém-nascidos. O menino
salva um deles e desenvolve por ele uma
afeição particular. Filme familiar.
(IA)
TV PAGA
"Humanização" reafirma Hitler estereotipado
MARCOS GUTERMAN
EDITOR-ADJUNTO DE MUNDO
O Hitler que estréia hoje no
Hallmark Channel é tautológico
como sugere o subtítulo do original, "Rise of Evil" (Ascensão do
Mal). Antes de o filme começar, já
sabemos como ele termina.
No meio de uma sucessão cronológica e linear de obviedades
biográficas sobre o ditador nazista, o canadense Christian Duguay
enxerta a narrativa de elementos
psicológicos que dariam fundamento à "loucura" de Hitler.
Sugere-se que os problemas de
rejeição do jovem Hitler tenham
sido mais determinantes para a
história do que as contradições de
seu tempo. O filme privilegia,
sempre que pode, situações em
que emerge o Hitler "humano", o
que ama e se emociona.
No entanto a tentativa de "humanização" do líder nazista resulta apenas numa reafirmação do
Hitler estereotipado. O que poderia ser um trunfo da produção
torna-se seu maior problema: não
há homem no "homem" Hitler,
pois tudo o que ele manifesta como emoção serve somente para
anunciar o mal que sabemos que
virá. Ou seja, a condição humana,
contraditória por definição, é linear nesse Hitler. Ele é exatamente o que aparenta ser.
Nem mesmo o excelente Robert
Carlyle imprime em seu Hitler alguma excepcionalidade, limitando-se a reproduzir cuidadosamente o gestual e as expressões ferozes do futuro ditador. É como
se Carlyle admitisse a impossibilidade de superar o personagem inventado por Hitler.
Embora tenha perdido a oportunidade de realizar aquilo a que
se propôs, isto é, ir além do velho
conhecido führer, o filme faz o
óbvio com alguma competência.
As cenas curtíssimas inviabilizam qualquer tipo de reflexão histórica, mas está tudo lá: a decisiva
participação de Hitler no humilhado Exército alemão, seu anti-semitismo implacável, sua ascensão política fulminante, o modo
como construiu seu discurso, o
recurso à violência como fundamento político. Não ficou de fora
da produção nem mesmo sua paixão por cachorros.
HITLER. Quando: hoje, às 22h, no
Hallmark.
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