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Novo 'Cara-de-Pau' inspira melancolia
INÁCIO ARAUJO
Crítico de Cinema
Dezoito anos depois, Dan Aykroyd volta a sair da cadeia para
dar início a "Os Irmãos Cara de
Pau 2000". Já aí existe algo de melancólico, assim como melancólica é sua visita ao velho orfanato do
primeiro filme, de 1980.
É como se Aykroyd e o diretor
John Landis tirassem do armário
um velho e elegante terno, porém
devidamente comido pelas traças.
Onde está Jim Belushi? -pois,
sem ele, o filme parece vazio.
Quando, em seguida, Aykroyd
se põe a recompor a velha banda,
percebemos que a continuação
não é apenas um caça-níquel.
É sobretudo um movimento
sentimental, em que a vontade de
reencontrar o passado é dominante.
Mas, como o tempo não anda
para trás, o sentimento de melancolia tende a tomar o espectador,
não obstante as estrelas da música
que desfilam na tela (B.B. King,
Eric Clapton, Bo Diddley, Steve
Winwood, Isaac Hayes e Joshua
Redman, entre outros).
Para reforçá-la, o humor está
distante daquele que consagrou
John Landis. No trabalho de reformular sua banda, Aykroyd junta
um número considerável de perseguidores em seu encalço, de policiais a neonazistas.
Mas, quanto mais se corre,
quanto mais carros se empilham,
menos o humor se digna a dar as
caras. Não é que seja um filme detestável. É, antes, um filme descartável -outra razão para melancolia quando se pensa no talento de
John Landis.
Filme: Os Irmãos Cara-de-Pau
Produção: EUA, 1997
Direção: John Landis
Com: Dan Aykroyd, John Goodman, Joe
Morton, J. Evan Bonifant
Quando: a partir de hoje, nos cines Interlar
Aricanduva Cinemark 3, Studio Alvorada 2,
Belas Artes-Carmen Miranda, Olido 1, e
circuito
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