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Tradição judaica guia autor dos EUA
DO ENVIADO ESPECIAL A PARATY
"Queria lidar com a história e com os fatos inevitáveis", disse à Folha o
americano Nathan Englander, apontado pela
crítica americana como
uma das grandes promessas da literatura americana. O autor está lançando
"O Mistério de Casos Especiais" (trad. Paulo Reis,
Rocco), em que usa a ditadura argentina nos anos
70 como uma metáfora
para a luta pela liberdade.
Nascido nos EUA em
1970, o autor mudou-se
para Jerusalém aos 19
anos. "Achei que ia para
participar de um processo
de paz histórico e descobri
que isso era uma grande
ilusão. Desse choque veio
a idéia para o livro".
Uma espécie de seguidor de Isaac Bashevis Singer, Englander, que mora
em Nova York, lida com a
tradição judaica em núcleos familiares, matéria
de seu livro "Para Alívio
dos Impulsos Insuportáveis", que fez sua fama.
O autor levou dez anos
para escrever este primeiro romance e está dedicando um ano para a maratona de divulgação.
Englander participou
ontem da mesa "A Estética do Frio" com o argentino Martín Kohan, que lança "Ciências Morais"
(trad. Eduardo Brandão,
Cia. das Letras), e com o
gaúcho Vitor Ramil, autor
de "Satolep" (Cosac
Naify), livro ambientado
em Pelotas (RS).
Kohan também lida
com a ditadura argentina
em seu romance, que mostra o cotidiano de um colégio. Ele comentou a herança de Borges dizendo
que todos os escritores locais são pré-borgianos, já
que o escritor escreveu
"todo o passado da literatura argentina e todo o futuro também". Já Ramil
explicou como criou o movimento "Estética do
Frio" como forma de valorizar sua origem sem os
"estereótipos ligados ao
gauchismo".
(MS)
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