São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

perfil

Tradição judaica guia autor dos EUA

DO ENVIADO ESPECIAL A PARATY

"Queria lidar com a história e com os fatos inevitáveis", disse à Folha o americano Nathan Englander, apontado pela crítica americana como uma das grandes promessas da literatura americana. O autor está lançando "O Mistério de Casos Especiais" (trad. Paulo Reis, Rocco), em que usa a ditadura argentina nos anos 70 como uma metáfora para a luta pela liberdade.
Nascido nos EUA em 1970, o autor mudou-se para Jerusalém aos 19 anos. "Achei que ia para participar de um processo de paz histórico e descobri que isso era uma grande ilusão. Desse choque veio a idéia para o livro".
Uma espécie de seguidor de Isaac Bashevis Singer, Englander, que mora em Nova York, lida com a tradição judaica em núcleos familiares, matéria de seu livro "Para Alívio dos Impulsos Insuportáveis", que fez sua fama.
O autor levou dez anos para escrever este primeiro romance e está dedicando um ano para a maratona de divulgação.
Englander participou ontem da mesa "A Estética do Frio" com o argentino Martín Kohan, que lança "Ciências Morais" (trad. Eduardo Brandão, Cia. das Letras), e com o gaúcho Vitor Ramil, autor de "Satolep" (Cosac Naify), livro ambientado em Pelotas (RS).
Kohan também lida com a ditadura argentina em seu romance, que mostra o cotidiano de um colégio. Ele comentou a herança de Borges dizendo que todos os escritores locais são pré-borgianos, já que o escritor escreveu "todo o passado da literatura argentina e todo o futuro também". Já Ramil explicou como criou o movimento "Estética do Frio" como forma de valorizar sua origem sem os "estereótipos ligados ao gauchismo". (MS)


Texto Anterior: Flipetas
Próximo Texto: Autores discutem narcotráfico e culpa alemã
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.