PAULO VIEIRA
enviado especial a Montreaux

Com a estréia mundial dos Legends, grupo formado há uma semana e que irá se dissolver em duas, começou em clima de jazz, rock e chuva constante a 31ª edição do festival de jazz de Montreaux, ontem, na Suíça.
Eric Clapton (guitarra), Marcus Miller (baixo), Steve Gadd (bateria), Joe Sample (piano) e David Sanborn (saxofone) tocaram temas instrumentais próprios e, para contradizer Joe Sample na coletiva da tarde, em alto volume. Sample havia dito que os tinha convidado para formar o grupo desde de que não tocassem alto.
Assim, ele conseguiria ser ouvido em seu piano elétrico. A condição poderia ter valido ao menos para David Sanborn, que solou e esteve à frente dos companheiros o mais que pôde. Clapton, de cavanhaque, óculos e suíças, chegou a cantar em alguns números, um deles um blues à sua maneira, mas foi parcimonioso nos solos.
Marcus Miller, uma das figuras mais cultuadas do jazz e que já disse que produzirá o disco dos Legends, também não pôde aparecer muito e deixou um tanto arquivadas as estilingadas e a maneira de percutir seu baixo de seis cordas. Mesmo assim, era, ao lado de Clapton, o mais ovacionado.
Sample havia mencionado na entrevista que o primeiro ensaio dos Legends produziu uma "incrível energia". Mas, embora o conjunto tenha mostrado muita coesão, com guitarra e piano e baixo entrando sempre nos tempos certos, a tal energia não contaminou o público que lotou o auditório Stravinsky, o maior do festival.
O público foi agraciado ainda com o show de blues na preliminar, que teve canja na gaita do organizador do festival Claude Nobs.
Brasileiros
Hoje, no mesmo auditório, já com casa cheia, se apresentam os brasileiros Carlinhos Brown, Gilberto Gil e Djavan.