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Ação entre amigos
da Equipe de Articulistas
"Ação Entre Amigos", o segundo
longa-metragem de Beto Brant, é
uma história tensa de traição e vingança.
Quatro ex-guerrilheiros, hoje
quarentões mais ou menos integrados à vida burguesa, resolvem
procurar e confrontar o homem
que, supostamente, os torturou na
época do regime militar.
O filme agradou menos à crítica
que o longa de estréia de Brant,
"Os Matadores".
Seu ponto fraco é o modo como
trabalhou uma estrutura, em princípio, engenhosa, que desloca imprevistamente o foco dramático do
confronto guerrilheiros x torturador para os conflitos entre os próprios guerrilheiros.
A ação presente é muito rápida
no filme. Para dar-lhe sentido e
consistência, o diretor recorreu a
flashbacks que mostram a atuação
dos guerrilheiros no passado.
É o desenvolvimento dessa narração em dois tempos que introduz no filme seu desequilíbrio e
sua fragilidade. Primeiro, porque o
elenco jovem que interpreta os
personagens no passado é bem
mais fraco que os veteranos atores
teatrais (Zecarlos Machado, Cacá
Amaral, Carlos Meceni e Genésio
de Barros) que os encarnam no
presente.
Segundo, porque, para marcar a
diferença entre passado e presente,
optou-se por uma construção visual e uma "mise-en-scène" fortemente artificiais nos flashbacks, o
que lhes tira a veracidade.
Por último, não há uma identificação muito clara dos personagens, e o espectador não consegue
saber muito bem quem é quem.
À parte isso, é um filme extremamente bem dirigido, que aproveita
muito bem a paisagem física e humana do lugar em que foi rodado
(sul de Minas Gerais), além de contar com esse excepcional ator que é
Leonardo Villar.
(JGC)
Avaliação:
Título: Ação Entre Amigos
Produção: Brasil, 1998, 76 min
Direção: Beto Brant
Com: Leonardo Villar, Zecarlos Machado,
Cacá Amaral, Carlos Meceni
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