São Paulo, sexta-feira, 05 de agosto de 2005

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ERUDITO

Rio Cello Encounter chega à 11ª edição, com o britânico Steven Isserlis como principal nome

Violoncelos se encontram no Rio

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

São mais de 60 concertos, quase todos de graça, ocupando espaços que vão do Teatro Municipal à quadra da Beija-Flor, passando pela Sala Cecília Meireles, Espaço Sesc, Planetário, igreja da Candelária e o Museu Nacional de Belas Artes, entre muitos outros. Criado pelo violoncelista David Chew, da Orquestra Sinfônica Brasileira, o Rio Cello Encounter vai de amanhã até 21 de agosto.
Só haverá cobrança de ingressos na apresentação da atração mais badalada do festival, que se encontra em sua 11ª edição -o violoncelista britânico Steven Isserlis, um cabeludo de elogiada discografia que alia intensidade interpretativa a uma sonoridade pequena e delicada, ideal para música de câmera.
Isserlis toca no dia 14, no Teatro Municipal, com ingressos a R$ 1. A idéia original era que ele se apresentasse com a Orquestra Sinfônica Brasileira, que, sob a batuta de Roberto Minczuk, executa a segunda parte do programa.
Porém, como na mesma semana (dias 11, 12 e 13) Isserlis atua à frente da Osesp, na Sala São Paulo, não será possível que ele se desloque ao Rio para ensaiar com a OSB. Desta forma, ele vai interpretar peças de Britten e Prokofiev, acompanhado pelo pianista Gerald Robbins.
Neste ano, o tema geral do festival é o violoncelo romântico. Entre as efemérides lembradas, estão o bicentenário de morte do compositor italiano Luigi Boccherini, o centenário do cancionista paraense Valdemar Henrique e o 60º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.
"A idéia do festival é disseminar uma massa de atrações gratuitas de alta qualidade", explica André Oliveira, responsável pela produção artística. "A música erudita é considerada elitista porque está confinada sempre nos mesmos espaços. Levando a outros lugares, atingimos um público que não vai aos concertos tradicionais. E a gente chega a eles não com um repertório facilitado, mas com o melhor da música de concerto."
Além de Isserlis e do próprio David Chew, o evento inclui em sua programação violoncelistas como Elena Andreyev, membro do grupo francês Les Arts Florissants; Fred Pot, da Orquestra Concertgebouw, de Amsterdã; e o alemão Michael Vollhardt.
Não se trata, contudo, de um "clube do Bolinha" em que só os violoncelista entram. Nomes destacados de outros instrumentos também se fazem presentes, como o flautista Antônio Carlos Carrasqueira, a soprano Martha Herr, o barítono Lício Bruno, a harpista Cristina Braga e até músicos populares, como Mauro Senise (saxofone) e Gilson Peranzetta (piano).


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