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ERUDITO
Rio Cello Encounter chega à 11ª edição, com o britânico Steven Isserlis como principal nome
Violoncelos se encontram no Rio
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
São mais de 60 concertos, quase
todos de graça, ocupando espaços
que vão do Teatro Municipal à
quadra da Beija-Flor, passando
pela Sala Cecília Meireles, Espaço
Sesc, Planetário, igreja da Candelária e o Museu Nacional de Belas
Artes, entre muitos outros. Criado pelo violoncelista David Chew,
da Orquestra Sinfônica Brasileira,
o Rio Cello Encounter vai de amanhã até 21 de agosto.
Só haverá cobrança de ingressos
na apresentação da atração mais
badalada do festival, que se encontra em sua 11ª edição -o violoncelista britânico Steven Isserlis, um cabeludo de elogiada discografia que alia intensidade interpretativa a uma sonoridade pequena e delicada, ideal para música de câmera.
Isserlis toca no dia 14, no Teatro
Municipal, com ingressos a R$ 1.
A idéia original era que ele se
apresentasse com a Orquestra
Sinfônica Brasileira, que, sob a batuta de Roberto Minczuk, executa
a segunda parte do programa.
Porém, como na mesma semana (dias 11, 12 e 13) Isserlis atua à
frente da Osesp, na Sala São Paulo, não será possível que ele se
desloque ao Rio para ensaiar com
a OSB. Desta forma, ele vai interpretar peças de Britten e Prokofiev, acompanhado pelo pianista
Gerald Robbins.
Neste ano, o tema geral do festival é o violoncelo romântico. Entre as efemérides lembradas, estão
o bicentenário de morte do compositor italiano Luigi Boccherini,
o centenário do cancionista paraense Valdemar Henrique e o
60º aniversário do fim da Segunda
Guerra Mundial.
"A idéia do festival é disseminar
uma massa de atrações gratuitas
de alta qualidade", explica André
Oliveira, responsável pela produção artística. "A música erudita é
considerada elitista porque está
confinada sempre nos mesmos
espaços. Levando a outros lugares, atingimos um público que
não vai aos concertos tradicionais. E a gente chega a eles não
com um repertório facilitado,
mas com o melhor da música de
concerto."
Além de Isserlis e do próprio
David Chew, o evento inclui em
sua programação violoncelistas
como Elena Andreyev, membro
do grupo francês Les Arts Florissants; Fred Pot, da Orquestra
Concertgebouw, de Amsterdã; e o
alemão Michael Vollhardt.
Não se trata, contudo, de um
"clube do Bolinha" em que só os
violoncelista entram. Nomes destacados de outros instrumentos
também se fazem presentes, como o flautista Antônio Carlos
Carrasqueira, a soprano Martha
Herr, o barítono Lício Bruno, a
harpista Cristina Braga e até músicos populares, como Mauro Senise (saxofone) e Gilson Peranzetta (piano).
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