São Paulo, terça-feira, 05 de agosto de 2008

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Mostra reúne sucessos do cinema judaico

Vencedor do Oscar, "Os Falsários" encerra festival; abertura traz "Lemon Tree", premiado em Berlim

SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA

A celebração dos 60 anos do Estado de Israel, criado em 14 de maio de 1948, terá espaço exclusivo na programação do 12º Festival de Cinema Judaico de São Paulo, que será aberto hoje e prosseguirá até o próximo domingo, com exibições na Hebraica, no Centro da Cultura Judaica, Cinesesc, Cinemark Pátio Higienópolis e teatro Eva Herz (na livraria Cultura do Conjunto Nacional).
A mostra "Israel 60" reuniu 11 títulos, realizados a partir dos anos 60, para reconstituir momentos-chave na história do cinema no país. Os primeiros anos do Estado, por exemplo, são matéria-prima para o humor de "Sallah" (1964) e "O Grande Buraco" (1970), ambos de Ephraim Kishon.
No primeiro, Chaim Topol ("Um Violinista no Telhado") interpreta um imigrante iemenita empenhado em obter para a família o apartamento que lhe foi prometido pelo governo. O segundo, baseado em peça de Kishon, acompanha as repercussões burocráticas provocadas por um fugitivo de manicômio (Bomba Tzur) que cava um buraco em rua de Tel Aviv.
Entre os filmes de ficção, estão "Kadosh - Laços Sagrados" (1999), de Amos Gitaï, e "Casamento Arranjado" (2001), de Dover Koshashvili.
Os dois longas sobre tema judaico mais festejados da atual temporada foram escolhidos para as sessões de abertura e de encerramento. "Lemon Tree" (2008), de Eran Riklis ("A Noiva Síria"), abre o festival com a história fictícia (mas inspirada em fatos reais) de uma viúva (Hiam Abbas, de "Free Zone") cujos limoeiros são vistos como ameaça pela equipe de segurança de seu novo vizinho, o ministro de Defesa de Israel.
Riklis, que viveu no Rio durante a adolescência, vem ao Brasil para a abertura do festival e para o lançamento comercial de "Lemon Tree" [o limoeiro], marcado para a próxima sexta. O festival será encerrado com sessão de "Os Falsários" (2007), de Stefan Ruzowitzky, com lançamento no Brasil previsto para 5/9.
Vencedor do Oscar de filme estrangeiro deste ano, o drama recria a trajetória do russo Salomon "Sally" Sorowitsch (Karl Markovics), preso em 1936 por falsificação de dinheiro e documentos. Durante a Segunda Guerra, já em um campo de concentração, ele é recrutado pelos nazistas para participar do Projeto Bernhard, que se baseava na produção e distribuição de libras e dólares falsos. A mostra de ficção do festival reúne dez filmes, três deles de Israel. Quatro documentários do país também estão na lista.


FESTIVAL DE CINEMA JUDAICO
Quando: de hoje a 10/8
Onde: veja endereços de salas, programação completa e classificação indicativa no site www.fcjsp.com.br
Quanto: até R$ 8



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