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Evento aproxima butô do neoconcretismo do Brasil
Movimentos de vanguarda ganham mostra no Sesc
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A aproximação nada óbvia do
butô japonês com o movimento
neoconcretista brasileiro é o
tema do evento "A Revolta da
Carne: Diálogos Brasil - Japão",
que o Sesc Consolação abre hoje, envolvendo exposição, seminário e mostra de cinema, e que
acontece até o dia 29.
Idealizado pelo mesmo trio
de curadores que esteve à frente do evento "Tokyogaqui", realizado no Sesc Paulista no ano
passado, "A Revolta da Carne"
parte dos 50 anos do surgimento do butô, no Japão, e do neoconcretismo, no Brasil, para
discutir proximidades e diferenças dos dois movimentos
artísticos.
"Apesar de os dois movimentos serem distantes fisicamente e partirem de ideias conceitualmente diferentes, há aproximações porque ambos propuseram uma revolução na arte
do corpo, sob a influência francesa", diz o antropólogo Ricardo Muniz, um dos curadores
junto com Christine Greiner e
Hideki Matsuka.
O butô começou a ser estruturado nos anos 50 por Tatsumi Hijikata (1928-1986), que
rompeu com o rigor e a repetição das artes japonesas, propondo uma dança improvisada,
no qual o corpo é visto como
um saco vazio.
Simultaneamente, no Brasil,
o poeta Ferreira Gullar lançava
seu manifesto sobre a arte neoconcreta, que viria a inspirar
artistas como Helio Oiticica e
Lygia Clark. O evento começa
com o seminário reunindo o diretor do arquivo de Hijikata,
Takashi Morishita, e o crítico
especialista em vanguarda japonesa Kuniichi Uno, além dos
estudiosos de arte brasileira
Celso Favaretto e Suely Rolnik.
A mostra de cinema reúne
filmes inéditos no Brasil de Hijikata como ator e bailarino.
(ADRIANA PAVLOVA)
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