São Paulo, quarta-feira, 05 de agosto de 2009

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Evento aproxima butô do neoconcretismo do Brasil

Movimentos de vanguarda ganham mostra no Sesc

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A aproximação nada óbvia do butô japonês com o movimento neoconcretista brasileiro é o tema do evento "A Revolta da Carne: Diálogos Brasil - Japão", que o Sesc Consolação abre hoje, envolvendo exposição, seminário e mostra de cinema, e que acontece até o dia 29.
Idealizado pelo mesmo trio de curadores que esteve à frente do evento "Tokyogaqui", realizado no Sesc Paulista no ano passado, "A Revolta da Carne" parte dos 50 anos do surgimento do butô, no Japão, e do neoconcretismo, no Brasil, para discutir proximidades e diferenças dos dois movimentos artísticos.
"Apesar de os dois movimentos serem distantes fisicamente e partirem de ideias conceitualmente diferentes, há aproximações porque ambos propuseram uma revolução na arte do corpo, sob a influência francesa", diz o antropólogo Ricardo Muniz, um dos curadores junto com Christine Greiner e Hideki Matsuka.
O butô começou a ser estruturado nos anos 50 por Tatsumi Hijikata (1928-1986), que rompeu com o rigor e a repetição das artes japonesas, propondo uma dança improvisada, no qual o corpo é visto como um saco vazio.
Simultaneamente, no Brasil, o poeta Ferreira Gullar lançava seu manifesto sobre a arte neoconcreta, que viria a inspirar artistas como Helio Oiticica e Lygia Clark. O evento começa com o seminário reunindo o diretor do arquivo de Hijikata, Takashi Morishita, e o crítico especialista em vanguarda japonesa Kuniichi Uno, além dos estudiosos de arte brasileira Celso Favaretto e Suely Rolnik.
A mostra de cinema reúne filmes inéditos no Brasil de Hijikata como ator e bailarino.
(ADRIANA PAVLOVA)


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