São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2010

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Livro mostra Angelina frágil e abandonada

Biografia não autorizada lançada nos EUA retrata estrela de cinema como vítima de uma mãe controladora

Atriz de Hollywood é descrita como "uma destruidora de lares bissexual que abalou o coração de Mick Jagger"

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

Angelina Jolie, 35, "tem problemas de abandono e nem sabe por quê". Pois o autor britânico Andrew Morton, que acaba de lançar nos EUA uma biografia não autorizada dela, pretende explicar.
É tudo culpa da mãe, Marcheline Bertrand, a quem "Angie" sempre se referiu como uma mulher generosa, que largou a carreira para criar os dois filhos e que foi vítima da traição de seu pai, o ator Jon Voight.
Marcheline acabou morrendo em janeiro de 2007, aos 56 anos, para o sofrimento público da atriz.
Em "Angelina - Uma Biografia Não Autorizada", Morton -que já escreveu sobre as vidas de Madonna, Tom Cruise, Monica Lewinsky e a princesa Diana- procura provar que, na verdade, Marcheline era uma mulher controladora, que abandonou a filha quando bebê e, mais tarde, a criou sem limites.
Com base no depoimento de uma babá, o autor conta que, depois que o pai de Angelina saiu de casa para morar com uma amante, Marcheline levou o berço branco da filha para um apartamento vazio, que Voight mantinha no mesmo prédio.
"Essa era a "torre de marfim" em que Angelina viveu por mais de um ano, com um grupo aleatório de babás cuidando dela 24 horas por dia", escreve o biógrafo.
Sozinha, num quarto sem mais mobílias nem brinquedos, Angelina passou meses separada do irmão, James Haven, e sendo ignorada pela mãe. A babá que conta a história, Krisann Morel, "lutou para guardar o segredo" durante 33 anos, mas "agora era a hora da confissão".
"Vi o que aconteceu com Angelina Jolie, e isso me persegue até hoje. [...] Marche descontou a sua dor naquela criança. Separou-se dela porque se parecia com Jon", diz.
"Ela hoje diz que não pode ser abraçada. Posso entender por quê. Você poderia segurá-la, mas conseguia sentir a dor. Eu não era a mãe dela pegando-a no colo."
Com base em depoimentos de pessoas distantes da atriz e entrevistas com psicólogos que nunca a trataram, Morton traça o perfil de uma Angelina perturbada, criada para realizar os sonhos da mãe.
A falta de limites e o abandono justificariam sua trajetória, sobre a qual o autor não traz grandes revelações.
Angelina nunca escondeu que foi uma adolescente com tendências suicidas, adepta da automutilação e do sadomasoquismo, que experimentou drogas pesadas e enfrentou anorexia nervosa.
O que Morton faz é amontoar casos e casamentos da atriz, retratada como uma destruidora de lares bissexual que partiu até o coração de Mick Jagger, no que mais parece uma colagem de notícias de tabloide.
E, no que depender das insinuações ao final da obra, nem a família que construiu com Brad Pitt sobreviverá aos traumas de Angelina.


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