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Estudo do continente ganha mais importância
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O livro "Reis Negros no Brasil
Escravista", de Marina de Mello e
Souza, faz parte de uma pequena
revolução historiográfica nos recentes estudos sobre a escravidão.
Desde meados dos anos 80, o
professor da Universidade de
Campinas Robert Slenes conduz
grupos de pesquisa sobre o assunto. Slenes é autor de um estudo
chamado "Na Senzala, uma Flor"
(Nova Fronteira, 2000), no qual
demonstra como a constituição
da família escrava era uma forma
de resistência ao sistema de trabalho forçado.
Ao dar ênfase na maneira como
os negros se integravam à escravidão, o pesquisador abriu caminho para uma série de novos estudos sobre o tema.
Ao lado de Ronaldo Vainfas,
Sidney Chalhoub e Hebe Maria
Mattos, Marina de Mello e Souza
deu sua contribuição para mudar
a visão que se tem sobre a herança
africana, marcada tanto pela resistência como pela integração.
O principal desafio desses pesquisadores agora é conseguir se
voltar para a África, esclarecendo
aspectos fundamentais da história brasileira à luz das culturas e
sociedades africanas.
Mas o estudo da história da
África é recente no Brasil. Na Universidade de São Paulo, a cadeira
tem apenas quatro anos, e Mello e
Souza é a segunda professora a
prestar concurso e ocupar a vaga.
Só agora a disciplina se tornou
obrigatória para os alunos do curso. "Queria ver o dia em que a história da África será ensinada no
segundo grau, como se faz com a
Europa", diz ela.
(JM)
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