São Paulo, sábado, 05 de novembro de 2011 |
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MEMORIAL DA CLARABOIA Inédito de Saramago é lançado quase 60 anos depois de ser concluído DE SÃO PAULO Em janeiro de 1953, com 30 anos, sob o pseudônimo Honorato, José Saramago concluiu o seu segundo romance, "Claraboia". Por caprichos que a literatura é pródiga em operar, só agora, quase 60 anos depois, o livro é publicado. Após ver a obra esnobada por uma editora, o único Nobel de Literatura da língua portuguesa nunca mais quis vê-la publicada, mas autorizou que o fizessem após a sua morte -ocorrida em 2010. O enredo em torno de "Claraboia" nesses anos todos é um romance em si. O descaminho começa quando Saramago entrega o original a um amigo, o artista plástico Figueiredo Sobral. O futuro Nobel era, naquele 1953, um burocrata que fazia cálculos de pensões na Companhia Previdente. Seu romance de estreia, "Terra do Pecado", de 1947, tivera tímida acolhida de público e crítica. O amigo encaminhou "Claraboia" à Empresa Nacional de Publicidade. A editora não deu resposta ao autor e nunca lhe devolveu o original. Saramago só tinha uma outra cópia, mas, segundo seu editor e amigo Zeferino Coelho contou à Folha, perdeu-a poucos anos depois. "Claraboia" sumiu. Quarenta anos mais tarde, no início dos anos 90, sendo Saramago já um romancista consagrado, a editora o procurou para dizer que, numa mudança, havia encontrado o manuscrito e tinha interesse em publicá-lo. Era tarde demais. (FABIO VICTOR) Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: Livros: Segundo viúva, obra inédita foi 'presente' deixado por Saramago Índice | Comunicar Erros |
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