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São Paulo ganha bienal de grafites e de pichações a partir de 2010
Além dos desenhos e letras, stickers e lambe-lambes tomarão muros do MAC
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi o talento de jovens que
insistiram em colorir os muros
da cidade, à revelia de tudo e de
todos, que colocou São Paulo
no mapa da arte de rua.
Hoje, nas ruas ou nos museus, a capital paulistana é referência mundial quando o assunto é arte urbana.
O sucesso dessa trajetória ganha agora um novo capítulo
com o projeto da 1ª Bienal Internacional de Arte de Rua de
São Paulo (BIAR), prevista para
acontecer no segundo semestre
de 2010.
O evento deve reunir sobre
um mesmo slogan -o da arte
de rua- as várias linguagens
estéticas da urbe: o grafite, o
"pixo", os stickers (adesivos) e
os lambe-lambes. A ideia é instituir no calendário cultural da
cidade uma grande mostra que
celebre essa produção contemporânea periodicamente.
A BIAR pretende explorar a
história do grafite e expor painéis, instalações e vídeos no
prédio que sediará o MAC (Museu de Arte Contemporânea)
no Ibirapuera (antigo Detran).
Ao mesmo tempo, o evento
quer pulverizar trabalhos de
artistas do Brasil e do mundo
pela cidade, do centro às periferias de São Paulo.
"Serão convidados 50 artistas para expor trabalhos no
museu e fazer intervenções por
São Paulo", explica Rui Amaral,
artista, idealizador e um dos
curadores do evento.
"O espaço de dentro é o da reflexão. E aquilo que for produzido externamente é para ser
deixado na cidade", conta ele.
"A Bienal termina, mas os trabalhos permanecem."
Banksy, o grafiteiro britânico
que se consagrou como o artista de rua mais famoso da atualidade, e o italiano Blu são prioridade na lista dos convidados internacionais. "O tamanho da
BIAR, no entanto, vai depender
do montante de recursos captados", diz Amaral, ele mesmo
um dos pioneiros do grafite nacional, cujo traçado colore de
azul, branco e amarelo o "buraco da Paulista" desde os anos
80 até os dias de hoje.
Fazem parte do corpo curatorial da BIAR Amaral, Celso
Gitahy, artista e autor de "O
Que É Graffiti", da coleção Primeiros Passos (Ed. Brasiliense), e os grafiteiros Binho Ribeiro, Ozi, Samir Muad, Tikka
Meszaros e Tinho.
Além de convidados, o evento deve exibir uma seleção feita
a partir de trabalhos inscritos,
ter palestras e uma feira com
objetos derivados da arte urbana, como peças de roupa e objetos estilizados.
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