São Paulo, domingo, 05 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

OPINIÃO

Voos sobre a plateia são o ponto alto de musical confuso

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
EDITOR DE FOTOGRAFIA

Levar a história do Homem-Aranha para um palco de teatro trazia uma dificuldade física: como apresentar as diversas peripécias aéreas típicas do super-herói?
Este problema a diretora Julie Taymor resolveu com muita criatividade e muito mais dinheiro: usando máquinas e cabos que se estendem do palco ao balcão superior, ela fez com que os personagens voassem em direção à plateia, que se alterna entre o susto e o deslumbramento.
É pena que, fora as cenas aéreas (que, inexplicavelmente, se concentram no primeiro dos dois atos) e três boas canções da dupla Bono e The Edge (entre as 19 que eles compuseram para narrar a história), "Spider-Man: Turn off the Dark" não tenha muito mais a apresentar.
Seu roteiro, misturando ficção e metalinguagem, é confuso: um grupo de estudantes faz um filme sobre a história do Homem-Aranha dos quadrinhos; paralelamente, essa mesma saga do herói vai sendo encenada.
Vários personagens clássicos das HQs do Aranha estão lá: tia May e tio Ben, a namorada Mary Jane, o chefe ranzinza J.J. Jameson, o vilão Duende Verde (o personagem mais bem resolvido do musical). É pena que, na maioria dos casos, seus intérpretes sejam fracos.
Com várias sequências desnecessárias e um anticlímax final, Taylor dilui todo o espanto e maravilhamento causados pelo primeiro ato. Dilui, mas não apaga.


Texto Anterior: "Intensidade" da diretora Julie Taymor ofusca músicos do U2
Próximo Texto: Vanessa vê TV: Marechal Rondon é o cara
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.