São Paulo, terça, 6 de janeiro de 1998.




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DISCOS LANÇAMENTOS
Um verdadeiro "pacote" de álbuns do gênero, que vão de George Benson a Herbie Hancock e Wayne Shorter, está chegando agora ao mercado
Jazz

"Festival" e "Color Rit" (relançamentos nacionais GRP/Universal) - Gravados em 1988 e 1989, respectivamente, os dois álbuns registram incursões do guitarrista Lee Ritenour -outro popular seguidor da "fusion" californiana- pela música brasileira.
Em "Festival", ele tem João Bosco, Caetano Veloso e Carlinhos Brown entre seus convidados. "Color Rit" destaca Oscar Castro-Neves, Gonzaguinha e Paulinho da Costa, entre outros. Nada essencial, mas ao menos ajudou a divulgar mais a MPB no mercado internacional.
(CC)

"Nouveau Swing", de Donald Harrison (lançamento nacional Impulse!/Universal) - Atração do último Free Jazz Festival, o saxofonista e compositor Donald Harrison estréia no selo Impulse! com um álbum aparentemente conceitual. A idéia de "Nouveau Swing" é combinar ritmos populares dos anos 90 com o swing do jazz dos anos 40, 50 e 60. O resultado, porém, difere radicalmente das famigeradas fusões que assolam o gênero há décadas. Harrison apenas sugere suaves levadas de calipso, funk, dancehall, hip-hop, ou mesmo samba, em 11 composições próprias essencialmente jazzísticas. (CC)

"1'1", de Herbie Hancock e Wayne Shorter (lançamento nacional Verve/PolyGram) - Desde que tocaram juntos pela primeira vez na banda de Miles Davis, nos anos 60, o pianista Herbie Hancock, 57, e o saxofonista Wayne Shorter, 64, já se encontraram em outras ocasiões, mas nunca antes num álbum em dupla. Fanáticos por filmes, em "1'1" os velhos parceiros sugerem o conceito de "música cinematográfica": pretendem criar ação ou mesmo personagens de um filme fictício a partir de seus improvisos. Não há dúvida que as dez faixas do disco oferecem um intrigante diálogo sonoro. (CC)


"Fingerpainting: The Music of Herbie Hancock", com o McBride Payton Whitfield Trio (importado, Verve/PolyGram) - O "songbook" de Herbie Hancock serviu de pretexto para a formação de um trio com talentosos jazzistas da nova geração: Nicholas Payton (trompete), Christian McBride (contrabaixo) e Mark Whitfield (guitarra e violão). Mas, ao final das 14 faixas, que incluem clássicos hancockianos como "Speak Like a Child", "Dolphin Dance" e "Chan's Song", fica a impressão de que a música de Herbie pediria um pouco mais de peso instrumental. (CC)


"Nuyorican Soul" (lançamento nacional Giant Step/Universal) - Projeto comandado pelos DJs "Little" Louie Vega e Kenny "Dope" Gonzalez (conhecidos no mundinho clubber como Masters at Work), que reúne convidados de peso, como o guitarrista George Benson, o percussionista Tito Puente e o pianista Eddie Palmieri. O jazz entra como ingrediente de ligação nessa saborosa e dançante salada musical, que mistura salsa, funk, merengue, hip-hop, house, soul, disco e rhythm & blues. (CC)

"Best of Smooth Jazz, vol. 1" (lançamento nacional Warner) - Compilação de músicos do elenco da Warner, como Bob James, David Sanborn, Earl Klugh, George Duke, Boney James e a banda Yellowjackets, entre outros. Entenda-se por "smooth jazz" a conhecida "fusion" eletrificada à moda de Los Angeles, que em alguns casos não passa de um sinônimo de muzak -música ambiente para elevadores e clínicas.
(CC)


"En Adir", de Ivo Perelman (lançamento nacional Atração) - Radicado há 17 anos nos EUA, o saxofonista e compositor paulista Ivo Perelman vive o auge de seu prestígio na restrita cena do jazz de vanguarda. Elogiado como uma das principais revelações do gênero nesta década, só em 97 Perelman gravou oito CDs. "En Adir", o único lançado no Brasil, traz uma coleção de canções judaicas tradicionais que ele interpreta sob a estética transgressiva do "free jazz". Apesar da orientação do repertório, o som de Perelman não tem nada a ver com música étnica. (CC)

"Jazz Samba", de Stan Getz e Charlie Bird (reedição Verve/PolyGram, importado) - Relançado pela série "Master Edition", com capa de papel e remasterização em alta-resolução, este álbum foi gravado originalmente em 1962. O saxofonista Stan Getz e o guitarrista Charlie Byrd -propagadores da bossa nova no mercado internacional- criam versões jazzísticas para clássicos como "O Pato" e "Desafinado" -esta incluída também em uma versão mais curta, lançada na época apenas em compacto de 45 rotações. (CC)


"The Best of George Benson - The Instrumentals" (lançamento nacional Warner) - Compilação de gravações do guitarrista e vocalista norte-americano registradas a partir de 1976.
Mesmo reunindo somente faixas instrumentais, a seleção não disfarça o fato de que Benson, um músico bem-dotado, optou por um pop comercialóide com leves pinceladas de jazz.
É só conferir o potencial do guitarrista na faixa "Tenderly" -uma das "escapadas" que Benson permite a si mesmo, de vez em quando.
(CARLOS CALADO)

"Back to Back - Duke Ellington and Johnny Hodges Play the Blues" (reedição Verve/PolyGram, importado) - Também reeditada com todos os requintes da série "Master Edition", essa gravação de 1959 marca o encontro do pianista e maestro Duke Ellington com Johnny Hodges, saxofonista de sua orquestra, acompanhados por um quarteto que inclui o trompetista Harry Edison. Clássicos do jazz tradicional funcionam como veículos perfeitos para exibir o piano elegante e econômico de Ellington e o sensual sax alto de Johnny Hodges, numa sessão musical recheada de "swing". (CC)




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