São Paulo, Quinta-feira, 06 de Janeiro de 2000


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RELÂMPAGOS
Fosso do som

JOÃO GILBERTO NOLL

Ele caminhava pelo campo. Na iminência da explosão de uma palavra. Que ele não queria que se desse entre aquela relva alta, ruiva de calor. Precisava chegar à tapera. Ali daria enfim passagem à coisa que lhe forçava a mandíbula, tentando ser pronunciada de uma vez. Ao entrar, percebeu que a voz não era a dele. Uma percussão, quem sabe, com o seu oco ainda em formação. Procurando o cavo, o mais grave pendor. Deitou na esteira. Ouviu o violino do irmão, na mata, atraindo certa lembrança impossível, aquela, afogada no fosso do som...


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