São Paulo, sábado, 06 de janeiro de 2001

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Temporada 2001 terá exposição de acervos

DA REPORTAGEM LOCAL

O ano de 2001 será pontuado, nos museus mais importantes de São Paulo, por exposições individuais, especialmente de artistas brasileiros, e mostras de acervo.
"O Artista da Luz", a primeira grande mostra do ano, será inaugurada no dia 25 de janeiro e é dedicada ao artista baiano Rubem Valentim, na Pinacoteca do Estado. Morto em 1991, Valentim é considerado o artista brasileiro que melhor usou, de modo formal, os símbolos africanos na arte contemporânea.
A Pinacoteca apresenta, na mesma data, outros seis eventos, que por isso serão denominados "Sampa 447/7" (o 447 refere-se à idade de São Paulo, que aniversaria no dia 25).
Um deles será a exposição de mais de cem novas aquisições do museu, conseguidas com a verba de R$ 1 milhão, liberada pela Secretaria do Estado da Cultura no fim do ano passado. Uma sala será dedicada ao artista Willys de Castro.
Além disso, a Pinacoteca organiza uma grande retrospectiva do artista mineiro Amilcar de Castro, que vai ocupar o museu e o parque da Luz.
Entre as individuais que acontecem em fevereiro, há a de Antonio Dias no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM). Radicado há várias décadas na Alemanha, Dias passou por diversas fases, seja a político-pop, dos anos 60, seja a conceitual, dos anos 70.
Aliás, dos museus paulistanos, o MAM é o único que já tem a programação para 2001 completa. Seu ex-curador, o crítico Tadeu Chiarelli (Ivo Mesquita assume agora em janeiro a curadoria), deixou pronta uma agenda de eventos recheada. Consta, por exemplo, a mostra do artista Vik Muniz, radicado em Nova York.
Dos artistas contemporâneos estrangeiros, o destaque fica para as exposições do inglês Steve McQueen, em abril, e do cubano Felix Gonzales Torres, em agosto, ambas no MAM.
Acervos
Já nas exposições de acervo programadas para 2001, a que promete maior impacto na cidade é a mostra do acervo do Museu de Arte Contemporânea da USP, em sua sede reformada, para março, com obras-primas da arte moderna e contemporânea, do Brasil e do exterior, expostas de maneira adequada.
"Talvez seja até a primeira vez que ele é exposto na íntegra", disse à Folha o diretor do MAC, Teixeira Coelho. Entre as obras, estão telas do francês Marc Chagall e do italiano Giorgio De Chirico, além dos brasileiros Cícero Dias, Anita Malfatti e Victor Brecheret.
O MAC abre também em março uma nova forma de exposição. Trata-se do programa Público Curador, na qual se pode solicitar, por telefone, que obras do acervo em papel do museu (são cerca de 4.000) sejam expostas em dias determinados.
O MAM mostra a coleção de João Carlos Figueiredo Ferraz, em abril, e do galerista Marcantonio Vilaça, morto em agosto de 99. Na Pinacoteca, em maio, será exposta a coleção de Ricardo Brennand.
O Centro Cultural Banco do Brasil ainda não definiu a programação do ano 2001. Um dos grandes espaços dinamizadores de artes plásticas no Rio de Janeiro, o centro recebeu mais de mil projetos para o espaço em São Paulo, os quais estão ainda em fase de seleção.
O Museu de Arte de São Paulo (Masp) tem definida apenas a programação do primeiro semestre de 2001. A mostra que certamente será o centro das atenções é "Egito Faraônico, Terra dos Deuses", com obras egípcias de caráter religioso, pertencentes ao museu francês do Louvre.
"Bienal: Os Primeiros 50 Anos -Uma Homenagem a Ciccillo Matarazzo" é a mostra que a Fundação Bienal organiza para comemorar os 50 anos da Bienal Internacional de São Paulo. O evento está programado para começar no dia 24 de maio.
A exposição será dividida em três núcleos e o principal deles será dedicado à produção de arte contemporânea brasileira a partir do tema "A Megalópole e Seu Cotidiano".
Além do núcleo de arte contemporânea, a mostra irá apresentar outro em homenagem a Ciccillo Matarazzo, que organizou a primeira Bienal de São Paulo, em 1951, e mais um com o acervo do Museu de Arte Contemporânea da USP.
O orçamento previsto para toda a programação do evento é de R$ 4 milhões. A mostra vai ocupar apenas o terceiro andar do pavilhão da Bienal no parque Ibirapuera. (FCY)


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