São Paulo, quinta, 6 de fevereiro de 1997.

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DISCO
Edição importada inclui "Turn Turn Turn" e faixa-bônus
Lançamento reúne quatro CDs clássicos dos Byrds

RUBENS LEME DA COSTA
free-lance para a Folha

Se você assistiu e curtiu as músicas de ``The Wonders'', filme dirigido por Tom Hanks, então gostará das novas edições dos quatro primeiros discos da banda norte-americana mais importante dos anos 60: The Byrds.
Os discos -``Mr. Tambourine Man'' (65), ``Turn Turn Turn'' (66), ``Fifth Dimension'' (66) e ``Younger than Yesterday'' (67)- mostram o melhor da banda, liderada pelo guitarrista e vocalista Roger McGuinn, e estão diponíveis apenas em edição importada, ao preço médio de R$ 21,00.
O lançamento é importante por dois motivos: primeiro, os Byrds foram considerados na época como a única banda ianque capaz de competir com os Beatles, que tinham feito da América seu principal quintal.
Segundo, por recuperar a obra deste quinteto, um dos poucos grupos americanos que podem se rivalizar com os britânicos.
Os Byrds foram antes de tudo, a banda mais copiada dos EUA. Culpa das guitarras acústicas Rickenbacker, de seis e doze cordas e das harmonias vocais hipnóticas, uma influência que marcou época (e ``The Wonders'' mostra um pouco disso, apesar do filme passar no ano de 64, um ano antes do surgimento do grupo), até chegar em grupos como o REM, nos anos 80.
Bob Dylan
O primeiro disco ``Mr. Tambourine Man'', abre com a faixa título, composta por Bob Dylan no mesmo ano, em seu disco ``Bringin' it All Back Home''. É simplesmente incrível a diferença das versões. Enquanto Dylan, com sua voz nasalada, munido apenas de gaita e violão, produz uma versão seca, os Byrds fizeram dela uma das campeãs de execução do ano nos EUA.
Dylan sempre foi a maior inspiração de McGuinn, que colocou mais três músicas do compositor no disco: ``Spanish Harlem Incident'', ``All I Really Want to Do'' e ``Chimes for Freedom''.
No terceiro disco, ``Fifth Dimension'', a banda começa a apostar em trabalhos mais psicodélicos. Os destaques são as faixas ``Eight Miles High'' e uma versão curiosa de ``Hey Joe'', meses antes de Jimi Hendrix transformar a canção em hino de uma geração.
Em 67, a banda atravessa um período ruim, com várias divergências internas, o que não impede de fazer sua obra-prima, ``Younger than Yesterday''.
Desde a abertura, com ``So You Want to be a Rock'n'Roll Star'' até o encerramento com ``Why?'', os Byrds mostram sua tradicional delicadeza harmônica, com climas ácidos e continuam não dispensando Dylan, sendo ``My Back Pages'' a escolhida.
Além do encarte, há ainda faixas bônus, com versões difrentes de ``hits'' e inéditas.

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