Desde o dia 10 de janeiro assistindo a desfiles diariamente, a cabeça só vê moda, só pensa em moda. Nos últimos sete dias, principalmente, com a intensidade da São Paulo Fashion Week. Moda, mais do que nunca, é emoção. O consumidor precisa ser despertado pelo desejo para efetivamente comprar. Então esse meu balanço da SPFW tem como denominador o que mais me emocionou. E olha que eu me emocionei bastante desta vez. Começou com o desfile de abertura, junto com os 450 anos de São Paulo, que deu mesmo o tom de tudo. Junto com as lindas vinhetas de abertura dos desfiles, as fotos na Bienal, as músicas ingênuas de várias épocas, lembrando a essência do paulistano, ficamos mais orgulhosos de quem somos. E não é de auto-estima que precisamos na moda? A cafona guerra de modelos do início da estação (quem ainda se lembra disso?) serviu para valorizarmos as meninas. E que bom que era ver Isabelli (em tudo), Marcelle (ícone, na Forum), Letícia (incrível, para Lorenzo), Carol (bela, para Gloria Coelho), Eliana (única, para Lino Villaventura), Lu (Sommer), Jeísa (na Cavalera), Ana Claudia (absurda, na Zapping), e até Gisele (com aquela peruca horrível, que mico!). Mas principalmente Rojane, a cara do Brasil.

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BUYERS ELEGEM SEUS HYPES
Esta foi a temporada mais consistente, em termos de imprensa internacional, com 85 estrangeiros. Mais do que apenas um número, a delegação de compradores e jornalistas de fora do país estava realmente interessada na moda, na cultura e no lifestyle brasileiros. Eles eram vistos nos desfiles, nos show-rooms, em encontros e integrações com personagens do cenário paulistano, interessados em descobrir um novo Brasil. "Queremos mostrar que a moda brasileira é muito mais do que Giseles, pouca roupa e biquínis", diz Kit Barry, compradora do feminino para a megaloja Selfridges, que prepara a megaexposição "Brasil 40º", que fica em cartaz na própria loja durante o mês de maio e que está colocando o Brasil no cerne do interesse europeu. "É uma grande parceria entre a Selfridges e a moda brasileira", afirma Harvey Sutton, comprador da loja.
"O que dá certo fora daqui são as roupas criadas para um mercado internacional. Aqui, muitos estilistas criam apenas para o Brasil, onde o sexy é visto como pouca roupa. Nossos clientes não vão atrás do sexy óbvio. Para dar certo fora do país, tem que ter peças para outono-inverno, como casacos e jaquetas", diz o simpático Humberto Leon, dono da Opening Cerimony, loja hype de NY que já vende Lorenzo Merlino, Neon e Herchcovitch. Robbie Young, comprador da loja japonesa Dip Trics, já confirmou que vai levar peças da Patachou, Reinaldo e Lorenzo.
Marcas menores também causaram grande interesse. A Neon, de Dudu Bertholini e Rita Comparato, é que mais agrada a todos. Eduardo Inagaki, Fábia Bercsek e Raia de Goeye completam a lista dos novos nomes.