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Crise mundial ronda filme de Tom Tykwer
DA ENVIADA A BERLIM
A crise financeira mundial
esteve em foco no festival
com a exibição fora de concurso de "Trama Internacional", do alemão Tom
Tykwer, um thriller que tem
"um banco no papel do vilão", como disse o diretor.
Mas a atriz britânica Tilda
Swinton, presidente do júri,
fez questão de observar que
essa é "a crise dos ricos", enquanto "os pobres dos pobres" -como o escritor sueco Henning Mankell, membro do júri, se referiu à população africana- seguem à
sombra das atenções "da mídia ocidental".
Em "Trama Internacional", Clive Owen interpreta
um agente da Interpol em
busca de provas do envolvimento de um banco com o
crime organizado. "O filme
não é sobre a crise bancária",
disse Tykwer. "É sobre um
sistema que rege a nossa vida
e que está assentado sobre o
comércio de mercadorias, algo que talvez seja o momento
de questionar."
Na cena de "Trama Internacional" em que um dos
personagens define a motivação do banco no financiamento à compra de armas
para diversos grupos (incluindo rivais) em diferentes
países, ele o faz assim: "O real
valor de um conflito está na
dívida que ele cria. Se você
controlar a dívida, controla
tudo. Esse é o princípio que
faz de todos nós, cidadãos ou
nações, escravos da dívida".
Tykwer disse que os filmes
que lhe "serviram de modelo
foram aqueles capazes de tirar o fôlego do público e reter
a tensão da sociedade ao
abordar o tipo de paranoia
que ronda todos os governos". Referiu-se a títulos que
capturaram o contexto da
guerra fria e disse que é preciso considerar, hoje, a existência "de um novo ator: a
economia globalizada".
O ator Clive Owen também se referiu "aos grandes
thrillers sobre paranoia feitos nos anos 70", ao explicar
porque aceitou o papel. Disse
que se lembrou deles ao ler o
roteiro, que lhe pareceu
"muito inteligente e bem escrito".
(SA)
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