São Paulo, sexta-feira, 06 de fevereiro de 2009

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Crise mundial ronda filme de Tom Tykwer

DA ENVIADA A BERLIM

A crise financeira mundial esteve em foco no festival com a exibição fora de concurso de "Trama Internacional", do alemão Tom Tykwer, um thriller que tem "um banco no papel do vilão", como disse o diretor.
Mas a atriz britânica Tilda Swinton, presidente do júri, fez questão de observar que essa é "a crise dos ricos", enquanto "os pobres dos pobres" -como o escritor sueco Henning Mankell, membro do júri, se referiu à população africana- seguem à sombra das atenções "da mídia ocidental".
Em "Trama Internacional", Clive Owen interpreta um agente da Interpol em busca de provas do envolvimento de um banco com o crime organizado. "O filme não é sobre a crise bancária", disse Tykwer. "É sobre um sistema que rege a nossa vida e que está assentado sobre o comércio de mercadorias, algo que talvez seja o momento de questionar."
Na cena de "Trama Internacional" em que um dos personagens define a motivação do banco no financiamento à compra de armas para diversos grupos (incluindo rivais) em diferentes países, ele o faz assim: "O real valor de um conflito está na dívida que ele cria. Se você controlar a dívida, controla tudo. Esse é o princípio que faz de todos nós, cidadãos ou nações, escravos da dívida".
Tykwer disse que os filmes que lhe "serviram de modelo foram aqueles capazes de tirar o fôlego do público e reter a tensão da sociedade ao abordar o tipo de paranoia que ronda todos os governos". Referiu-se a títulos que capturaram o contexto da guerra fria e disse que é preciso considerar, hoje, a existência "de um novo ator: a economia globalizada".
O ator Clive Owen também se referiu "aos grandes thrillers sobre paranoia feitos nos anos 70", ao explicar porque aceitou o papel. Disse que se lembrou deles ao ler o roteiro, que lhe pareceu "muito inteligente e bem escrito". (SA)


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