São Paulo, domingo, 06 de fevereiro de 2011

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Folha lança coleção de grandes óperas

Série com 25 volumes reúne obras essenciais do mundo da música; "Carmen" e "Fidélio" , os primeiros títulos, chegam às bancas no dia 13/2

DE SÃO PAULO

De Monteverdi a Richard Strauss, passando por Mozart, Verdi, Wagner e Bizet: a Coleção Folha Grandes Óperas reúne 25 obras essenciais do gênero, desde o período barroco ao século 20, em gravações completas e remasterizadas no formato livro-CD.
Semanalmente, em cada livro, o leitor encontra um ensaio sobre o compositor, a história daquela criação e um comentário sobre a gravação. Uma sinopse da história e o libreto no idioma original e em português completam os volumes, que têm de dois a quatro CDs, dependendo da obra.
A coleção começa a chegar às bancas no próximo domingo, 13/2, e já em grande estilo, com duas obras de relevo: "Carmen", do francês Georges Bizet (1838-1875), em leitura enérgica do maestro Herbert von Karajan, e "Fidélio", única incursão operística do alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827), regida por Otto Klemperer.
Abrangente e representativa, a escolha dos títulos da coleção contempla desde os primórdios do gênero, com o "Orfeo", de Monteverdi (1567-1643), até grandes experimentos do século 20, como a escandalosa "Salomé", de Richard Strauss (1864-1949), e a diáfana "Pelleás et Mélisande", de Debussy (1862-1918).
Estão representadas a gloriosa tradição italiana ("La Traviata", "Aida"), a imponência da ópera francesa ("Fausto", "Manon") e a sofisticação que ela atingiu em alemão ("A Flauta Mágica", "A Valquíria").
Há ainda uma diversidade de temas, incluindo comédias ("O Barbeiro de Sevilha"), dramas ("Tosca", "La Gioconda") e histórias de amor ( "La Bohème", "Tristão e Isolda").
Os elencos das gravações, muitas delas consideradas registros históricos, são estrelados por divas como Maria Callas (1923-1977) e Montserrat Caballé, e renomados tenores como Alfredo Kraus (1927-1999) e Jussi Björling (1911-1960) entre muitos outros importantes artistas.
Conjuntos de música antiga com instrumentos de época executam títulos barrocos, como "Tito Manlio", enquanto algumas das grandes orquestras do planeta, como a Filarmônica de Viena e a do Metropolitan de Nova York, atuam sob a batuta de nomes consagrados como Wilhelm Furtwängler (1886-1954).
A ópera brasileira é representada por "O Guarani", de Carlos Gomes (1836-1896), numa gravação ao vivo de 1994. Com Plácido Domingo à frente do elenco e regência do brasileiro John Neschling, a produção contribuiu decisivamente para o resgate internacional da reputação do compositor campineiro.

CARMEN
de Georges Bizet

Ambientada em Sevilha, na Espanha, a história do triângulo amoroso entre a cigana Carmen, o soldado don José e o toureiro Escamilho se tornou uma das óperas mais populares de todos os tempos. O parisiense Georges Bizet (1838-1875) revolucionou a música com melodias como "Habanera", "Seguidilha" e a "Marcha dos Toureiros"

FIDÉLIO
de Ludwig van Beethoven

Trata-se da única ópera de Ludwig van Beethoven (1770-1827), o gênio que rompeu os cânones herdados do classicismo e abriu caminho para a revolução do romantismo na música. Para salvar seu marido, que se encontra injustamente preso em um cárcere espanhol, Leonora é capaz de se disfarçar de homem, arrumar emprego na cadeia e arriscar a própria vida. Glorificação do amor conjugal, "Fidélio" é um dos monumentos da ópera alemã.

O BARBEIRO DE SEVILHA
de Gioacchino Rossini

Para casar seu amigo Almaviva com a jovem Rosina, que é oprimida pelo tutor Bartolo, o barbeiro Fígaro é capaz de recorrer a todo tipo de artimanha, disfarce e estratagema. O italiano Gioachino Rossini (1792-1868) foi um dos compositores mais importantes de seu tempo e a ópera "O Barbeiro de Sevilha" marca o ápice da produção rossiniana.

LA TRAVIATA
de Giuseppe Verdi

Baseada em "A Dama das Camélias", de Alexandre Dumas, "La Traviata" é uma ópera de melodias encantadoras e paixões exacerbadas. Ao retratar a mulher aparentemente frívola que se revela capaz de sacrificar tudo por amor, Verdi (1813-1901) construiu uma das maiores personagens femininas de todo o repertório operístico

A FLAUTA MÁGICA
de Wolfgang Amadeus Mozart

No Egito Antigo, um jovem tem que superar uma série de provas para se mostrar digno de merecer o coração de sua amada. O austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) escreveu "A Flauta Mágica" em seu último ano de vida e conseguiu a proeza de fazer um espetáculo popular sem abrir mão da sofisticação que marca sua obra

LA BOHÈME
de Giacomo Puccini

É uma das mais encantadoras histórias de amor que já chegaram ao palco da ópera. Na Paris do século 19, um poeta e uma florista vivem uma paixão ardente em meio às alegrias e dificuldades da vida boêmia. Giacomo Puccini (1858-1924) soube inovar sem deixar de lado as melodias cativantes que constituíram a escola italiana

O GUARANI
de Carlos Gomes

No Rio de Janeiro do século 16, o índio Pery tem que enfrentar aventureiros espanhóis e canibais aimorés para assegurar o amor da portuguesa Cecília. Inspirada no romance homônimo de José de Alencar (1829-1877), "O Guarani" é a mais célebre ópera brasileira. Carlos Gomes (1836-1896) foi o principal compositor do país no século 19

EUGENE ONEGIN
de Piotr Ilich Tchaikovski

Baseada no romance em versos de Alexander Pushkin (1799-1837), "Eugene Onegin" é a ópera russa mais encenada no Ocidente, superando a barreira da língua. Piotr Ilich Tchaikovski (1840-1893) tornou-se um dos compositores eruditos mais queridos do grande público, graças ao forte apelo emocional de suas partituras

LUCIA DI LAMMERMOOR
de Gaetano Donizetti

Dois jovens de famílias rivais escocesas vivem uma história de amor proibido, resultando em desencontros e morte. Baseada no romance de Sir Walter Scott, "Lucia di Lammermoor" é um destaque na obra de Gaetano Donizetti (1797-1848), compositor que deixou mais de 70 óperas, revelando talento para a tragédia e para a comédia

A VALQUÍRIA
de Richard Wagner

Segunda ópera da tetralogia "O Anel do Nibelungo", narra o amor entre irmãos, combates acirrados, um pai que encerra a filha desobediente em uma montanha. O compositor alemão Richard Wagner (1813-1883) empenhou 26 anos de sua vida na realização do "Anel". Trata-se da obra mais ambiciosa da história da ópera

NORMA de Vincenzo
Bellini

No tempo da ocupação romana da Gália, uma sacerdotisa se envolve com um oficial inimigo e fica dividida entre a lealdade à pátria e o amor pelo estrangeiro. "Norma" é uma obra essencial do compositor siciliano Vincenzo Bellini (1801-1835), que se tornou um paradigma internacional de excelência como autor de melodias

TITO MANLIO
de Antonio Vivaldi

Atualmente o sacerdote veneziano Antonio Vivaldi (1678-1741) é conhecido sobretudo pelos concertos barrocos, como "As Quatro Estações". Na sua época, contudo, foi um importante autor operístico. Uma das principais obras é "Tito Manlio", marcada por intrigas sentimentais e turbulências políticas

TOSCA
de Giacomo Puccini

Na Roma dos tempos de Napoleão, uma cantora de ópera tenta livrar seu amante das garras do chefe de polícia. Intriga política, tortura, chantagem, assassinato e suicídio são os poderosos ingredientes da trama de "Tosca". O compositor italiano Giacomo Puccini revela-se aqui no auge de seus recursos dramáticos e musicais

AS BODAS DE FÍGARO
de Wolfgang Amadeus Mozart

No dia em que vai se casar, o barbeiro Fígaro tem que pôr em prática uma série de estratagemas para manter a noiva longe de seu patrão, o Conde de Almaviva. Comédia vibrante, "As Bodas de Fígaro" é uma das partituras mais geniais de Mozart e revela as tensões entre aristocracia e burguesia às vésperas da Revolução Francesa

JOÃO E MARIA
de Engelbert Humperdinck

Baseada no célebre conto de fadas dos irmãos Grimm, "João e Maria" é o mais bem-sucedido exemplo de ópera com temática infantil. O alemão Engelbert Humperdinck (1854-1921) era um fã de Richard Wagner e não hesitou em empregar os principais recursos das óperas de seu compatriota em suas partituras. Há até uma referência explícita à Cavalgada das Valquírias de "A Valquíria", volume dez desta coleção.

LA GIOCONDA
de Amilcare Ponchielli

No século 17, uma cantora está disposta a sacrificar o amor para salvar a mãe. Amilcare Ponchielli (1834-1886) firmou-se com essa partitura como um dos grandes nomes da ópera. "La Gioconda" transcendeu as fronteiras da música lírica: o balé da ópera, "A Dança das Horas", ficou célebre ao ser inserido na animação "Fantasia" (1940)

AIDA
de Giuseppe Verdi

Verdi conseguiu nesta ópera a síntese entre a grandiloquência do estilo francês e a riqueza melódica da escola italiana. No Egito dos faraós, uma escrava, filha do rei da Etiópia, vive um amor proibido com o líder das tropas que vão combater o pai dela. "Aida" é uma ópera monumental, que costuma receber produções suntuosas

ORFEO
de Claudio Monteverdi

Mais célebre músico da mitologia grega, Orfeu perde sua amada Eurídice logo depois de se casar com ela e tem que usar seu canto para resgatá-la do reino dos mortos. Escrita em 1607, "Orfeo" foi a primeira grande ópera. Claudio Monteverdi (1567-1643) foi uma figura-chave no início do barroco

SALOMÉ
de Richard Strauss

Richard Strauss (1864-1949) foi um mestre da orquestração. Aqui envolve mais de cem músicos para descrever a trama de desejo que acontece na Judeia dos tempos de Cristo. Salomé é obcecada por João Batista e fará de tudo para que o rei Herodes lhe entregue a cabeça do profeta. A ópera é baseada na peça de Oscar Wilde (1854-1900)

O ELIXIR DO AMOR
de Gaetano Donizetti

Apaixonado pela moça mais rica e cobiçada da sua aldeia, cujo coração disputa com um sargento, o jovem Nemorino resolve comprar uma bebida mágica vendida por um charlatão para conquistá-la. Gaetano Donizetti é um dos compositores italianos mais prolíficos do século 19 e mostra aqui a versatilidade de seu talento

TRISTÃO E ISOLDA
de Richard Wagner

Isolda é prometida do rei Marke, mas vive um caso de amor proibido com o sobrinho dele, Tristão. Inspirada em uma das mais célebres narrativas da Idade Média, "Tristão e Isolda" é uma partitura em que as paixões afloram a cada compasso. A imaginação harmônica de Richard Wagner atinge aqui seu ponto culminante

PELLÉAS E MÉLISANDE
de Claude Debussy

Poética, sutil e refinada, "Pelléas e Mélisande" é um dos marcos da música no século 20. O francês Claude Debussy (1862-1918) revolucionou a estética de seu tempo com uma linguagem harmônica sugestiva e inovadora. A trama ocorre no reino mágico de Allemonde, quando um príncipe casa-se com uma mulher misteriosa da floresta

RINALDO
de Georg Friedrich Haendel

Em 1711, "Rinaldo" foi a primeira ópera lançada em Londres pelo compositor que, nas quatro décadas seguintes, dominaria a cena musical inglesa: Georg Friedrich Haendel (1685-1759). O músico alemão situa a trama no tempo das Cruzadas: um cavaleiro cai nas mãos da rainha de Damasco, que tem poderes mágicos

FAUSTO
Charles Gounod

Na Alemanha do século 16, um homem vende a alma ao diabo e acaba envolvido em uma intrincada história de amor. Baseada na obra de Goethe (1749-1832), é um dos pontos altos da ópera francesa no século 19. Charles Gounod (1818-1893) escreveu a ópera "Romeu e Julieta" e uma "Ave Maria" que é bastante tocada até hoje

MANON
de Jules Massenet

Na França do século 18, um nobre e uma adolescente vivem um amor proibido, marcado por uma série de peripécias. "Manon" faz um retrato psicológico profundo de uma das personagens femininas mais complexas da ópera. O autor da obra, Jules Massenet (1842-1912), foi uma das figuras musicais mais influentes da Paris de seu tempo


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