da Folha Ribeirão

João Carlos Figueiredo Ferraz começou a colecionar obras de arte nos anos 80, daí a predileção explícita pelos nomes da "Geração 80" -Leda Catunda, Nuno Ramos, Jac Leiner, entre outros.
"Foi tudo selecionado pelo meu olho, coisas que me tocaram", diz ele, que mora em um elegante condomínio de casas na zona sul de Ribeirão Preto, onde dirige uma das principais usinas de álcool e açúcar do interior.
Parte das obras de sua coleção está espalhada pela casa. Outra está guardada em galpões.
Uma escultura em ferro de José Resende foi doada para a cidade e instalada no canteiro de uma importante avenida.
O empresário diz desconhecer o valor monetário da coleção. "Não penso nisso. O importante para mim é a cultura."
Já a coleção de Gilberto Chateaubriand inclui duas obras de Franz Weissmann que sozinhas podem alcançar R$ 200 mil.
Além delas, existem na fazenda esculturas de Jackson Ribeiro, José Resende, Amilcar de Castro, Bruno Jorge e Paulo Roberto Leal.
A fazenda Rio Corrente, onde Gilberto Chateaubriand mantém parte de sua coleção de arte, está localizada a cerca de 20 minutos do centro de Porto Ferreira, cidade com cerca de 60 mil habitantes.
A cidade tem como principal atividade econômica a cerâmica artística e a fabricação de móveis.
O acervo da Rio Corrente é quase uma lenda na cidade. "Pelo que falam, a fazenda tem um acervo de artes plásticas maravilhoso. Só que todo mundo sabe que tem, mas ninguém viu", diz Rubiane Burin, secretária da Cultura da cidade.
Um dos motivos de a fazenda não estar completamente aberta a visitantes é o medo que o colecionador tem de assaltos. "É um povo bom em uma cidade pacata, mas, quando se fala em valores do mercado da arte, alguns podem pensar que se pode vender as obras na esquina e sair com R$ 100 mil", diz.
Gilberto Chateaubriand, filho mais velho de "Chatô", herdou a fazenda em 1972, quando passou a utilizar o local para guardar obras de arte. (JAB)


Texto Anterior: Museus cobiçam duas coleções
Próximo Texto: Joyce Pascowitch
Índice