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"Central do Brasil" estréia no Japão
MARCIO AITH
de Tóquio
Depois de ser metodicamente
elogiado durante 15 dias nos jornais e TVs japoneses, "Central do
Brasil" começa a ser exibido hoje
em 30 cinemas do Japão, com status de "filme brasileiro que fez sucesso nos EUA".
É a primeira vez que uma produção brasileira entra em circuito comercial no país.
A distribuidora Nippon Herald
Films, uma das duas maiores da
Ásia, escaldou-se nas recentes premiações do filme de Walter Salles
nos EUA e na Europa para montar
uma gigantesca campanha publicitária.
Anunciando "Central" como um
dos favoritos ao Oscar de filme estrangeiro, a distribuidora espera
atrair no mínimo 1 milhão de pessoas.
"O filme tem todos os ingredientes para agradar ao público japonês, que gosta de produções bem
cuidadas e que emocionam", disse
Hitomi Sato, da Herald Films.
"Não ficarei surpresa se o filme
atingir um público de 5 milhões de
pessoas." Cerca de 140 milhões de
japoneses vão ao cinema todo ano.
A distribuidora decidiu manter o
nome em inglês do filme, "Central
Station", que, pronunciado em japonês, soa algo como "Centuraro
Station". "Assim fica mais fácil",
disse Sato.
Barrado
Até hoje, as maiores exibições de
filmes brasileiros no Japão ficaram
restritas a salas especiais.
Até o final da década de 80, contavam com o subsídio de verbas da
Embrafilme, distribuídas pela Embaixada.
Agora, quem quiser assistir ao
filme terá de pagar o preço normal
de um bilhete no Japão, que custa
cerca de US$ 18.
Por uma razão prosaica, Salles
não pode vir ao Japão para a estréia
do filme. Foi barrado no aeroporto
de Los Angeles por funcionários da
companhia aérea japonesa que notaram a ausência de um visto japonês em seu passaporte.
Nem a distribuidora -tampouco o cineasta- sabiam que brasileiros precisam de visto para entrar no Japão.
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