São Paulo, Sábado, 06 de Fevereiro de 1999
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"Central do Brasil" estréia no Japão

MARCIO AITH
de Tóquio

Depois de ser metodicamente elogiado durante 15 dias nos jornais e TVs japoneses, "Central do Brasil" começa a ser exibido hoje em 30 cinemas do Japão, com status de "filme brasileiro que fez sucesso nos EUA".
É a primeira vez que uma produção brasileira entra em circuito comercial no país.
A distribuidora Nippon Herald Films, uma das duas maiores da Ásia, escaldou-se nas recentes premiações do filme de Walter Salles nos EUA e na Europa para montar uma gigantesca campanha publicitária.
Anunciando "Central" como um dos favoritos ao Oscar de filme estrangeiro, a distribuidora espera atrair no mínimo 1 milhão de pessoas.
"O filme tem todos os ingredientes para agradar ao público japonês, que gosta de produções bem cuidadas e que emocionam", disse Hitomi Sato, da Herald Films.
"Não ficarei surpresa se o filme atingir um público de 5 milhões de pessoas." Cerca de 140 milhões de japoneses vão ao cinema todo ano.
A distribuidora decidiu manter o nome em inglês do filme, "Central Station", que, pronunciado em japonês, soa algo como "Centuraro Station". "Assim fica mais fácil", disse Sato.

Barrado
Até hoje, as maiores exibições de filmes brasileiros no Japão ficaram restritas a salas especiais.
Até o final da década de 80, contavam com o subsídio de verbas da Embrafilme, distribuídas pela Embaixada.
Agora, quem quiser assistir ao filme terá de pagar o preço normal de um bilhete no Japão, que custa cerca de US$ 18.
Por uma razão prosaica, Salles não pode vir ao Japão para a estréia do filme. Foi barrado no aeroporto de Los Angeles por funcionários da companhia aérea japonesa que notaram a ausência de um visto japonês em seu passaporte.
Nem a distribuidora -tampouco o cineasta- sabiam que brasileiros precisam de visto para entrar no Japão.


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