São Paulo, Sábado, 06 de Fevereiro de 1999
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QUADRINHOS
Entre os escolhidos estão Laerte, como desenhista do ano, e Marcelo Cassaro, eleito melhor roteirista
Prêmio Angelo Agostini é entregue hoje

PEDRO CIRNE DE ALBUQUERQUE
free-lance para a Folha

A Associação dos Quadrinhistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo (AQC-ESP) promove hoje a entrega do 15º Prêmio Angelo Agostini, que é dado anualmente pela entidade a profissionais dos quadrinhos brasileiros.
Laerte, colaborador da Folha, foi eleito o melhor desenhista brasileiro. Atualmente, ele escreve e ilustra a tira Piratas do Tietê na Ilustrada e colabora para duas revistas, "Zá" e "CyberComix".
O melhor roteirista segundo os críticos da AQC-ESP foi Marcelo Cassaro, 28. Cassaro já havia vencido o Angelo Agostini em 1997, também na categoria de roteiro. No ano passado ele escreveu minisséries e edições com personagens próprios, como "Capitão Ninja", "Killbite" e "Predakonn".
O Angelo Agostini de melhor revista vai para a bimestral "CyberComix", que estreou em maio de 1998. A revista é "filha" do site "CyberComix", que começou a ser operado em abril de 1998 e é voltado para os quadrinhos.
Pelas páginas das quatro primeiras edições de "CyberComix" passaram quadrinhistas como Laerte, Angeli, Adão Iturrusgarai e Fernando Gonsales, colaboradores da Folha, e Lourenço Mutarelli, Newton Foot e Libero, entre outros.
A editora da "CyberComix", Bookmakers, recebeu ainda o troféu Jayme Cortez, dado para pessoa, entidade ou editora que divulgue os quadrinhos nacionais.
O prêmio de melhor fanzine foi para o "Mocinhos e Bandidos", publicação trimestral voltada para os fãs de western.
Além dos prêmios dados a artistas contemporâneos, a AQC-ESP elege anualmente três "mestres do quadrinho nacional". Os escolhidos deste ano são Péricles, Deodato Borges e Luiz Antonio Sampaio.
O pernambucano Péricles de Andrade Maranhão (1924-61) entrou para a história brasileira com a criação do Amigo da Onça. O cínico personagem surgiu em 1943 na revista "O Cruzeiro".
Deodato Borges, 64, é um grande nome da história das HQs paraibanas. Em 1963, adaptou para os quadrinhos a radionovela "As Aventuras do Flama", escrita por ele mesmo. Entre seus trabalhos estão ainda a ficção científica "3.000 Anos Depois" e "A História da Paraíba em Quadrinhos".
Borges também escreveu HQs para seu filho, Deodato Borges Filho, ilustrar. Borges Filho já desenhou para grandes editoras norte-americanas assinando com o pseudônimo de Mike Deodato Jr.
Luiz Antonio Sampaio, paulista de 56 anos, entrou no mundo dos quadrinhos fazendo o fanzine "Opar" em 1978. A partir de 1983, colaborou por mais de dez anos para as revistas "Calafrio" e "Mestres do Terror", escrevendo em colunas como "Quadrinhos pelo Mundo".
O nome do prêmio é uma homenagem ao precursor dos quadrinhos brasileiros. Angelo Agostini começou a publicar em 30 de janeiro de 1869 "As Aventuras de Nhô Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte", a primeira HQ nacional com personagem fixo.

O quê: entrega do Prêmio Angelo Agostini
Quando: hoje, a partir das 13h
Onde: Abra (r. Vergueiro, 1.681, tel. 571-7177)
Quanto: entrada franca



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