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LIVRO
Museu de Arte Moderna dispõe de catálogo
Está à venda em NY obra do cinema novo
AMIR LABAKI
de Nova York
Desde o último final de semana
está à venda na livraria do Museu
de Arte Moderna (MoMA) de
Nova York o catálogo "Cinema
Novo and Beyond" (editora Marca D'Água, 176 páginas, US$
21,95). O volume celebra a mostra de cinema brasileiro que levou cerca de 25 mil pessoas ao
museu entre 13 de novembro e 22
de janeiro últimos.
A publicação traz na capa uma
foto de Ney Sant'Anna em "O
Amuleto de Ogum" (1974), de
Nélson Pereira dos Santos, e na
contracapa a frase "uma idéia na
cabeça e uma câmera na mão",
de Glauber Rocha.
O livro foi editado pelo crítico
João Luiz Vieira, em colaboração
com a curadora da mostra Jytte
Jensen e seus consultores brasileiros, Ismail Xavier e José Carlos
Avellar.
O catálogo divide-se em quatro
partes. Na introdução, Jensen
sustenta que os objetivos do ciclo
foram "reapresentar os maravilhosos e já clássicos filmes de famosos diretores do cinema novo" e "contextualizar a revitalizada cena cinematográfica do Brasil dos anos 90".
O ministro da Cultura, Francisco Weffort, destaca a oportunidade de "exibir nosso nível de
profissionalismo, para além do
exótico ou da moda".
A segunda parte, "O Contexto
Histórico e Estético", apresenta
quatro ensaios, com destaque
para o de Randal Johnson, professor da Universidade da Califórnia, e de Ismail Xavier, que defende o Cinema Novo e a produção marginal como "o período
mais rico do cinema brasileiro,
estética e intelectualmente".
Seis artigos formam a terceira
parte. O crítico da Folha Inácio
Araújo, em "Começando de Novo", examina a retomada da produção nos anos 90, concluindo
que os jovens realizadores "optaram por correr riscos e posicionar suas paixões acima da conveniência".
Em "Sinais de Vidas", o crítico
Carlos Alberto de Mattos sustenta que a produção recente emerge de três fatores complementares: a "descompressão política"
pós-Collor; "o advento de leis de
incentivo" e "a vinda para o cinema de produtores e técnicos de
outras áreas" -teatro, música,
vídeo, curtas.
A importância da paródia é defendida pelo ensaio de João Luiz
Vieira, enquanto Ivana Bentes
escreve sobre o sertão e a favela
nos filmes contemporâneos.
Encerram essa parte as deliciosas memórias do programador
Fabiano Canosa, sediado em Nova York em postos como o Public
Theater e o Anthology Archives
desde o início dos anos 70. Canosa reconhece o ciclo recém-encerrado "como o maior já realizado" nos EUA.
O volume inclui ainda um
apêndice em que se destacam as
filmografias dos cineastas presentes na mostra e uma cronologia da produção nacional entre
1960 e 1998.
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