São Paulo, Sábado, 06 de Fevereiro de 1999
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LIVRO
Museu de Arte Moderna dispõe de catálogo
Está à venda em NY obra do cinema novo

AMIR LABAKI
de Nova York

Desde o último final de semana está à venda na livraria do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova York o catálogo "Cinema Novo and Beyond" (editora Marca D'Água, 176 páginas, US$ 21,95). O volume celebra a mostra de cinema brasileiro que levou cerca de 25 mil pessoas ao museu entre 13 de novembro e 22 de janeiro últimos.
A publicação traz na capa uma foto de Ney Sant'Anna em "O Amuleto de Ogum" (1974), de Nélson Pereira dos Santos, e na contracapa a frase "uma idéia na cabeça e uma câmera na mão", de Glauber Rocha.
O livro foi editado pelo crítico João Luiz Vieira, em colaboração com a curadora da mostra Jytte Jensen e seus consultores brasileiros, Ismail Xavier e José Carlos Avellar.
O catálogo divide-se em quatro partes. Na introdução, Jensen sustenta que os objetivos do ciclo foram "reapresentar os maravilhosos e já clássicos filmes de famosos diretores do cinema novo" e "contextualizar a revitalizada cena cinematográfica do Brasil dos anos 90".
O ministro da Cultura, Francisco Weffort, destaca a oportunidade de "exibir nosso nível de profissionalismo, para além do exótico ou da moda".
A segunda parte, "O Contexto Histórico e Estético", apresenta quatro ensaios, com destaque para o de Randal Johnson, professor da Universidade da Califórnia, e de Ismail Xavier, que defende o Cinema Novo e a produção marginal como "o período mais rico do cinema brasileiro, estética e intelectualmente".
Seis artigos formam a terceira parte. O crítico da Folha Inácio Araújo, em "Começando de Novo", examina a retomada da produção nos anos 90, concluindo que os jovens realizadores "optaram por correr riscos e posicionar suas paixões acima da conveniência".
Em "Sinais de Vidas", o crítico Carlos Alberto de Mattos sustenta que a produção recente emerge de três fatores complementares: a "descompressão política" pós-Collor; "o advento de leis de incentivo" e "a vinda para o cinema de produtores e técnicos de outras áreas" -teatro, música, vídeo, curtas.
A importância da paródia é defendida pelo ensaio de João Luiz Vieira, enquanto Ivana Bentes escreve sobre o sertão e a favela nos filmes contemporâneos.
Encerram essa parte as deliciosas memórias do programador Fabiano Canosa, sediado em Nova York em postos como o Public Theater e o Anthology Archives desde o início dos anos 70. Canosa reconhece o ciclo recém-encerrado "como o maior já realizado" nos EUA.
O volume inclui ainda um apêndice em que se destacam as filmografias dos cineastas presentes na mostra e uma cronologia da produção nacional entre 1960 e 1998.


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