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Gui Boratto traz tecno melódico a São Paulo
Produtor lança o introspectivo "Chromophobia"
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Geralmente associada às pistas de dança, a música eletrônica também é feita de sutilezas,
climas tranqüilos e batidas lentas. Assim é "Chromophobia",
o "primeiro" álbum do paulistano Gui Boratto, 33.
"Primeiro", entre aspas, porque Boratto já lançou um disco.
Foi "Royal House", distribuído
pela Trama em 2003. Mas não
era "autoral". "Ele tinha remixes feitos para "Cidade de
Deus", além de faixas mais antigas. Era um apanhado de canções minhas, como uma compilação. Agora, sim, fiz um disco
com começo, meio e fim", diz
Boratto.
Guilherme Boratto não é DJ,
é um produtor -ele cria suas
músicas e, quando se apresenta, toca as faixas ao vivo, com a
ajuda de laptop e outros equipamentos eletrônicos. Uma
oportunidade de assisti-lo
acontece hoje, em festa de lançamento do álbum, no D-Edge.
Ao vivo, Boratto mostrará algumas das faixas de "Chromophobia". Mas, por paradoxal
que seja, várias
das músicas do álbum não foram
feitas para ser tocadas em pistas
-são introspectivas, lentas.
"Queria um disco que não ficasse
datado", explica.
"Um disco de pista tem um tempo
de vida curto. Daqui a cinco anos,
quando escutarem meu álbum,
talvez ele ainda
soe novo. Além
disso, ele foi composto durante o
dia, com a minha
filha por perto,
brincando. Não
foi feito na madrugada. E isso interfere no clima
do álbum."
A música de Boratto usa o
poucos elementos. Ao lado de
batidas graves que se repetem
por períodos longos, há a presença de vocais e de texturas
melódicas. Por isso, suas faixas
são classificadas tanto como
tecno minimal como electro-house.
Não à toa, "Chromophobia"
ganhou lançamento no exterior
pelo prestigiado selo alemão
Kompakt, uma das principais
casas do tecno melódico. No
Brasil, o álbum chega entre o final deste mês e o início de abril,
por meio da gravadora ST2.
Feito entre setembro e novembro do ano passado, "Chromophobia" não inclui dois dos
maiores hits de Boratto: "Arquipelago" e "Like You".
"Se eu tivesse colocado essas
duas canções, talvez o disco
soasse oportunista." Já "Gate
7", lançada em single no exterior, foi incluída porque Boratto queria "uma faixa um pouco
mais energética".
Carreira
Boratto trabalha com música
desde 1987. Após se dedicar a
trilhas, criou, ao lado
do irmão, o selo Mega
Music, que tem entre
seus artistas as cantoras Leilah Moreno e
Cindy, de "Antônia".
Prolífico, já fez remixes para Chico Buarque, Gal Costa e Manu
Chao. O evento de hoje será transmitido ao
vivo pela TV Noise
(www.tvnoise.com.br), de Anderson Noise, que se
apresenta na festa ao
lado de Renato Ratier.
GUI BORATTO
Quando: hoje, a partir
das 23h
Onde: D-Edge (al. Olga,
170, Barra Funda; tel.
3666-9022)
Quanto: R$ 20
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