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Apoiada na tradição, Cantonne consegue inovar
JOSIMAR MELO
especial para a Folha
Não há mais muito o que inventar em matéria de pizza em São
Paulo; convém ser cuidadoso na
hora de se aventurar por aí. Assim,
a primeira providência de quem
abre uma nova pizzaria está em
partir de uma base correta, consagrada; saber fazer bem o mínimo,
dominar as bases da tradição.
A partir daí se pode até arriscar
alguma invenção. Esse foi o caminho trilhado pela pizzaria Canttone -e deu certo.
Para começar, é preciso ter um
equipamento decente, o que inclui
o indispensável forno de lenha a
temperaturas delirantes. E ter
também uma massa de boa liga, o
que inclui, antes de tudo, um pizzaiolo experiente. A Canttone tem
os elementos tradicionais trazidos
por meio de um dos quatro sócios,
Manuel Coelho, 29 anos, que é
também sócio em outras pizzarias
mais simples, de bairro.
Ao contrário do que ocorre nas
pizzarias de Coelho, na Canttone a
decoração é acolhedora, mas moderna, as pizzas têm massa fina, e
receitas de coberturas diferentes
convivem com as convencionais.
As mesas são divididas entre um
salão interno, margeado por paredes de tijolo aparente, e um agradável terraço igualmente rústico, e
praticamente aberto para a rua.
Nelas são servidas as pizzas cuja
massa fina e macia é o destaque.
Mas as qualidades não ficam por
aí. As pizzas tradicionais têm boas
coberturas, embora às vezes a
mussarela pareça ser excessiva.
A de alho peca pela fritura: ainda
prefiro aquelas em que o alho vai
cru sobre a massa, sendo assado
não com o óleo, mas somente pelo
calor do forno.
Por outro lado, a de escarola traz
a verdura firme, a de calabresa tem
linguiça de boa qualidade, e a
margherita, na simplicidade de
seus ingredientes, cumpre galhardamente seu papel.
Entre as mais modernas, que incluem a combinação de presunto
cru com rúcula, o destaque é a de
abobrinha, aspargos e alho-poró,
coberta de mussarela e com o toque crocante dos pinoli (pinhõezinhos). Parece uma mistura exagerada, mas não é que funciona?
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