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Debates discutem época e influências
da sucursal do Rio
Os debates de "Memórias da
Subversão" acontecerão nos dias
9, 10 e 11, sempre às 20h.
No primeiro dia, com o tema
"Relações em Transe", estarão em
pauta a relação família e sexo, os
costumes e o comportamento.
Fernando Gabeira vai mostrar
que "os movimentos que aconteceram no ano de 68, em todo o
mundo, tiveram características
distintas em cada país. Em cada
um, representou mudanças de relações diferentes".
Para ele, na Alemanha foi um
movimento antiautoritário e na
França apareceu como uma insatisfação ao desenvolvimento do
capitalismo. Ele ainda vai lembrar
o revolução cubana, entre outras.
"No Brasil houve uma politização grande da juventude, ocorrendo transferência da rebeldia contra a família para o sistema", disse
Gabeira. O deputado federal
(PV-RJ) e colunista da Folha também abordará os "avanços de costumes e efeitos da revolução sexual que aconteceram na época".
"Será importante falar do aparecimento da Aids, que funcionou
como elemento revisor e ao mesmo tempo retardador do processo
da revolução sexual que vem se
desenvolvendo desde 68. Não há
como olhar para estes 30 anos de
história sem lembrar disso."
"Arte em Transe" será o tema
discutido no segundo dia. A historiadora Heloísa Buarque de Hollanda vai "tentar desmistificar as
duas maneiras que 68 é visto hoje". Segundo ela, a primeira forma
é romântica. "É normalmente
uma visão de quem não viveu, e
por isso considera que aquele momento era maravilhoso, que todo
mundo era revolucionário."
A outra visão, diz a historiadora,
"é dos que consideram 68 uma
época em que aconteceram movimentos voluntaristas, promovidos por irresponsáveis".
"Nem uma, nem outra explicam
o que aconteceu. O interessante
em 68 foi a explosão da hiperinflação ideológica que veio sendo acumulada nos anos 60. É uma virada
que aconteceu praticamente em
todos os países, com ou sem intervenção militar", disse.
No terceiro dia, o filósofo Leandro Konder, o psicanalista João
Batista Ferreira e o editor César
Queirós Benjamim vão discutir as
influências filosóficas, ideológicas
e políticas deixadas por 68.
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