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MODA
Depois do primeiro desfile em Londres, Alexandre Herchcovitch quer atingir EUA, Paris e interior da Inglaterra
"É ridículo me considerarem um rebelde"
DENISE MOTA
enviada especial a Londres
O olho tatuado na mão direita de
Alexandre Herchcovitch já presenciou misturas de anáguas, chifres e
modelos de rostos cobertos. Mas,
de acordo com o autor desse estilo,
de rebeldia -principal substantivo a que o estilista tem sido associado- isso não tem nada.
Assim confirmam seus inofensivos hábitos particulares -como
visitar parques de diversão das cidades por onde passa ou colecionar caveirinhas- e ofensivas comerciais como a participação da
Zoomp, desde o ano passado, no
desenvolvimento e venda de suas
roupas em 60 pontos-de-venda no
Brasil e mais de dez no exterior.
"Quando me davam essa classificação de "rebelde", havia uma conotação de que era tudo uma brincadeira, o que nunca foi", disse.
Além de fazer questão de se desvencilhar da imagem de transgressor, Herchcovitch também começa a estudar a entrada de suas criações em novos mercados, como
Paris e interior da Inglaterra.
Também planeja lançar, neste
ano, um livro de fotografias, com
imagens de todos os seus trabalhos, desde 1993.
Leia trechos da entrevista de Alexandre Herchcovitch concedida à
Folha, em Londres, logo depois do
primeiro desfile do estilista na capital inglesa, na semana passada.
Folha - No que você vai trabalhar
agora?
Alexandre Herchcovitch - Vou
começar a próxima coleção, que
vai ser apresentada em junho, em
SP, e em setembro, em Londres.
Folha - Uma vez você disse que
um vestido rosa-shocking, uma camiseta de caveira e um vestido de
látex preto com musselina e franjas resumiria o que você quis dizer,
em uma de suas coleções. O que
resume o que você quer dizer nesta coleção?
Herchcovitch - Uma saia com volume e uma camisa.
Folha - Você é patrocinado por
empresas de tecido, meias e sapatos, além de já ter contado com o
apoio de uma joalheria. Como isso
afeta seu trabalho?
Herchcovitch - Posso mudar de
patrocinador de acordo com o que
eu necessite para cada coleção.
Não há interferências, todos respeitam sempre a minha posição.
Folha - Em quais mercados você
quer entrar?
Herchcovitch - Quero entrar na
Europa com mais força, sobretudo
em Paris e no interior da Inglaterra. Quero atingir também outras
cidades dos Estados Unidos.
Folha - O que trará a próxima coleção?
Herchcovitch - Vivo do segredo.
Folha - Você costumava ser descrito como um "enfant terrible" da
moda brasileira, um rebelde. Depois da associação com a Zoomp,
essa visão começou a mudar. Mudaram as pessoas, ou você mudou?
Herchcovitch - Essa coisa de me
chamar de rebelde é ridículo. Mudou a visão das pessoas, com o
tempo você vai adquirindo respeito. Demoraram a perceber que eu
não estava brincando, mas tive um
resultado comercial muito grande,
não tem como negar.
Folha - Que imagem você faz de
si mesmo?
Herchcovitch - Sou um trabalhador.
A jornalista
Denise Mota viajou a Londres a
convite da Zoomp
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