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CRÍTICA
Dedicação ao trabalho era medida por número de mortos
RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Dois personagens importantes de "Círculo de Fogo",
os camaradas Nikita Kruschov e
Vassili Zaitsev, de fato existiram e
participaram da batalha de Stalingrado, lutada de 23 de agosto de
1942 a 2 de fevereiro de 1943, ponto de virada da Segunda Guerra.
Kruschov era comissário político e se tornou o sucessor de Josef
Stálin como o líder supremo da
União Soviética. Seu papel na batalha foi importante, mas não
chegou a ter os poderes que o filme mostra. Generais competentes dirigiram a defesa da cidade e
Kruschov se dava bem com eles.
Zaitsev era uma espécie de operário padrão do combate, a versão
militar do movimento stacanovista. Na década de 30, Alexandre
Stacanov deu seu nome a um movimento explorado pela propaganda soviética de dedicação ao
trabalho, medido pela quebra de
recordes na produção de carvão.
Vassili Zaitsev deu início a um
movimento semelhante, o culto
ao atirador de tocaia.
A "produção" era medida pelo
número de inimigos mortos. A
cada 40 mortos, o soldado ganhava uma medalha e o título de "nobre atirador", segundo o historiador britânico Antony Beevor, autor de "Stalingrad" (98).
A palavra russa "zaitsev" quer
dizer "lebre". Zaitsev matou 149
alemães até as comemorações da
Revolução de Outubro em 42. Ele
tornou-se instrutor de atiradores.
O recordista, conhecido como
"Zikan", matou 224 alemães.
Círculo de Fogo
Enemy at the Gates
Direção: Jean-Jacques Annaud
Produção: Alemanha/EUA/Reino
Unido/Irlanda, 2001
Com: Joseph Fiennes, Jude Law
Quando: a partir de hoje nos cines
Butantã, Interlagos e circuito
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