São Paulo, quarta-feira, 06 de abril de 2005

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Um dos principais autores dos EUA no século 20, escritor tinha 89 anos

Morre Saul Bellow, Nobel de Literatura

CASSIANO ELEK MACHADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Morreu ontem, aos 89 anos, um dos maiores estilistas de palavras dos Estados Unidos no século 20. Saul Bellow, vencedor do Nobel de Literatura de 1976, morreu em sua casa, na pequena cidade de Brookline, Massachusetts, de causas não anunciadas.
O advogado do escritor disse que ele vinha enfrentando uma série de problemas de saúde, mas que "continuou afiado até o fim".
Afiada é uma das características que se pode atribuir à prosa de Bellow, que tematizava em romances como "Herzog" e "As Aventuras de Augie March" a melancolia, uma melancolia cômica tipicamente judia-americana.
Mais escritor dos escritores do que do grande público, Bellow, nascido no Canadá, mas radicado nos EUA desde os nove anos, recebeu ao longo de toda a sua vida quilos de premiações e de referências elogiosas.
Ontem, logo após saber de sua morte, o maior escritor americano vivo, Philip Roth, declarou que "a coluna vertebral da literatura americana do século 20 foi desenhada por dois romancistas: William Faulkner e Saul Bellow". "Juntos, eles são o trio Melville, Hawthorne e Twain do século 20", completou Roth, em referência aos principais escritores americanos do século 19.
Mais premiado, não houve. O autor, filho de imigrantes russos, foi o primeiro a conquistar três vezes o principal troféu literário dos EUA, o National Book Award. Também colecionou prêmios Pulitzer e companhia.
Além de ganhar espaço nos jornais por suas histórias literárias, Bellow apareceu no noticiário também por contos de sua vida particular. A última vez foi em 1999. Aos 84 anos, o escritor teve sua quarta filha. Ela e sua mulher estavam ao seu lado ontem quando ele morreu.


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