São Paulo, quinta-feira, 06 de abril de 2006

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BEBIDA

Nieto Senetiner tem boa relação custo-benefício

JORGE CARRARA
ENVIADO ESPECIAL A MENDOZA

A Nieto Senetiner pertence ao grupo de antigas adegas tradicionais argentinas. As suas origens remontam ao ano de 1888, quando um grupo de imigrantes italianos fundou a casa em Carrodilla, ao sul da cidade de Mendoza. Em 1998, a família Nieto Senetiner a vendeu para a Perez Companc, um importante grupo argentino com interesses na área de alimentos.
A firma tem hoje duas adegas, a de Carrodilla e outra em Vistalba (com bela vista da cordilheira dos Andes) e cerca de 300 hectares de vinhedos, a maior parte deles em Agrelo, uma área privilegiada para o cultivo de uvas finas.
O agrônomo Tomás Hughes -com 17 anos de trabalho na Nieto e que já assessorou outras adegas de ponta como a Achával Ferrer- é responsável pela qualidade das uvas, que o enólogo Roberto González, outro veterano da vinícola, transforma nos tintos e brancos da casa.
A dupla tem assinado lá alguns tintos do primeiro time platino, como os Cadus, um conjunto de varietais (que devem desembarcar em breve no Brasil) com exemplares como o Syrah 2003, rico em boca, concentrado e com boa textura (91/100) ou o Malbec 2002, amplo, complexo, marcado por fruta densa e persistente (91/100), que brilharam nas provas realizadas na última visita à adega.
Mas talvez o maior mérito da Nieto Senetiner esteja no extremo oposto da pirâmide, na base, que abriga linhas de bons goles (especialmente os rubros) com uma das melhores relações custo-benefício do mercado. Entre eles, estão os Benjamin, outra coleção de varietais, simples, mas bem-feitos, como o Malbec 2005, marcado por pinceladas de frutas vermelhas, redondo e agradável (84/100) ou o surpreendente Tempranillo 2005, frutado, com toque floral e paladar macio (86/100, ambos a R$ 11).
Um degrau acima aparecem os Reserva Nieto Senetiner, um pouco mais encorpados e com passagem por madeira, como o Merlot 2003, de aroma intenso de geléias e groselhas, (86/100) ou o Cabernet-Shiraz 2003, com toques de torrefação mesclados com fruta, levemente tânico, com perfil para escoltar uma carne vermelha grelhada (87/100, ambos R$ 21,70, à venda na Casa Flora, que os importa e os revende no Brasil; tel. 0/xx/11/3327-5199).


Jorge Carrara viajou a Mendoza a convite da Casa Flora, da Porto a Porto e da Nieto Senetiner


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