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BEBIDA
Nieto Senetiner tem boa relação custo-benefício
JORGE CARRARA
ENVIADO ESPECIAL A MENDOZA
A Nieto Senetiner pertence ao grupo de antigas
adegas tradicionais argentinas.
As suas origens remontam ao
ano de 1888, quando um grupo
de imigrantes italianos fundou
a casa em Carrodilla, ao sul da
cidade de Mendoza. Em 1998,
a família Nieto Senetiner a
vendeu para a Perez Companc,
um importante grupo argentino com interesses na área de
alimentos.
A firma tem hoje duas adegas, a de Carrodilla e outra em
Vistalba (com bela vista da
cordilheira dos Andes) e cerca
de 300 hectares de vinhedos, a
maior parte deles em Agrelo,
uma área privilegiada para o
cultivo de uvas finas.
O agrônomo Tomás Hughes
-com 17 anos de trabalho na
Nieto e que já assessorou outras adegas de ponta como a
Achával Ferrer- é responsável pela qualidade das uvas,
que o enólogo Roberto González, outro veterano da vinícola,
transforma nos tintos e brancos da casa.
A dupla tem assinado lá alguns tintos do primeiro time
platino, como os Cadus, um
conjunto de varietais (que devem desembarcar em breve no
Brasil) com exemplares como
o Syrah 2003, rico em boca,
concentrado e com boa textura (91/100) ou o Malbec 2002,
amplo, complexo, marcado
por fruta densa e persistente
(91/100), que brilharam nas
provas realizadas na última visita à adega.
Mas talvez o maior mérito da
Nieto Senetiner esteja no extremo oposto da pirâmide, na
base, que abriga linhas de bons
goles (especialmente os rubros) com uma das melhores
relações custo-benefício do
mercado. Entre eles, estão os
Benjamin, outra coleção de varietais, simples, mas bem-feitos, como o Malbec 2005, marcado por pinceladas de frutas
vermelhas, redondo e agradável (84/100) ou o surpreendente Tempranillo 2005, frutado,
com toque floral e paladar macio (86/100, ambos a R$ 11).
Um degrau acima aparecem
os Reserva Nieto Senetiner,
um pouco mais encorpados e
com passagem por madeira,
como o Merlot 2003, de aroma
intenso de geléias e groselhas,
(86/100) ou o Cabernet-Shiraz
2003, com toques de torrefação mesclados com fruta, levemente tânico, com perfil para
escoltar uma carne vermelha
grelhada (87/100, ambos R$
21,70, à venda na Casa Flora,
que os importa e os revende no
Brasil; tel. 0/xx/11/3327-5199).
Jorge Carrara viajou a Mendoza a
convite da Casa Flora, da Porto a
Porto e da Nieto Senetiner
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