São Paulo, sexta-feira, 06 de abril de 2007

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CDs

Rock
The Beatific Visions
BRAKES
Gravadora:
Trama; Quanto: R$ 23; Avaliação: bom
Não há muitas bandas por aí como o Brakes. Em uma música eles são folk-rock, em outra entra uma melodia country, seguida por uma que é como punk veloz, de poucos segundos. Este é o segundo disco deste grupo britânico liderado pelo insano vocalista Eamon Hamilton, e, como seu antecessor, aposta na diversidade de suas faixas. À parte algumas baladas, o clima do álbum é de festa -mesmo as canções mais rápidas e pesadas têm um groove que faz balançar.
POR QUE OUVIR: a banda consegue imprimir pegada country em músicas de energia roqueira, como em "Cease and Desist", "Hold Me in the River" e na faixa título. (THIAGO NEY)

MPB
Cantando Marias
NICOLE BORGER
Gravadora:
independente (www.nicolebor ger.com.br); Quanto: R$ 20, em média; Avaliação: bom
Como já mostrara nos dois primeiros CDs, Borger gosta de fazer discos conceituais. Aqui, inclui um ótimo choro seu num conjunto de músicas que têm Marias como personagens. A série começa mal, com a já esgarçada "Maria, Maria" (Milton Nascimento/Fernando Brant), mas melhora depois. Entre os destaques, estão a versão blues de "Maria Moita" (Carlos Lyra/Vinicius de Moraes), a versão fox de "Maria Ninguém" (Lyra) e a singeleza voz-e-violão de "Olha Maria" (Tom Jobim/Vinicius/Chico Buarque). E a cantora ousa ao injetar rap em "Lata d'Água" (J. Junior/Luis Antonio).
POR QUE OUVIR: boas interpretações e repertório dão samba. (LFV)

Erudito
Rodrigo Esteves
RODRIGO ESTEVES
Gravadora:
Algol Editora; Quanto: R$ 35, em média; Avaliação: bom
Carioca radicado na Espanha, Rodrigo Esteves vem se firmando como um dos melhores barítonos brasileiros da atualidade. Os pianistas Karin Uzun e Achille Picchi são seus acompanhadores neste álbum solo, dedicado não aos estrondos da ópera, mas aos refinamentos do "lied", com as "Sete Canções Populares Espanholas", de Falla, "Dom Quixote a Dulcinéia", de Ravel, uma seleção de 12 canções brasileiras e dois "spirituals" norte-americanos.
POR QUE OUVIR: Esteves coloca seu timbre rico e cheio a serviço de leituras expressivas e matizadas de um repertório eclético e adequado à sua voz. (IRINEU FRANCO PERPETUO)

R&B
Introducing Joss Stone
JOSS STONE
Gravadora:
EMI; Quanto: R$ 35, em média; Avaliação: regular
A inglesa Joss Stone parece não acreditar em sua própria música. Em vez de deixar sua arte se explicar por si só, coloca uma vinheta na introdução do disco onde o ator Vinnie Jones fala sobre "mudanças". O próprio nome do CD deixa claro que só agora é que o trabalho dela está realmente valendo. Mas, para falar a verdade, as coisas não mudaram tanto assim neste seu terceiro álbum. Após vender mais de 9 milhões de cópias, tenta modernizar seu pastiche de r&b e soul chamando Raphael Saadiq para a produção, além de participações como Lauryn Hill.
POR QUE OUVIR: músicas como "Tell Me 'bout It" mostram que ela está fazendo um som menos quadrado, mas falta ginga e, pior, ela insiste em tentar soar como as cantoras negras da Motown. (BYS)

Country
Taking the Long Way
DIXIE CHICKS
Gravadora:
Sony BMG; Quanto: R$ 35; Avaliação: ruim
Muito conhecidas nos EUA, o trio feminino Dixie Chicks ficou mundialmente famoso depois de uma de suas integrantes ter criticado o governo Bush, em 2003, e, por isso, ter sofrido perseguição velada da mídia norte-americana. A revanche veio em fevereiro deste ano, quando ganharam cinco troféus no Grammy, incluindo melhor álbum, por este "Taking the Long Way". Se sofreram por atos alheios à música, é verdade que a consagração no Grammy ocorreu mais por um mea-culpa da indústria do que por qualidades artísticas. O que se tem aqui é um country-pop que se perde em melodias açucaradas.
POR QUE NÃO OUVIR: muitas das canções tocam no assunto Bush, mas tornam-se vazias nesse formato de baladas bobas. (THIAGO NEY)

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